
Luiz Carlos Quirino (Porto Alegre, RS, 30.jun) palavras proferidas sob sol intenso são sempre perseguidas por uma sombra gigantesca – tamanho que não consegue ter a voz do animal que sonha acordado e pensa viver entre os bípedes e se projeta contra a sorte rompendo o arame farpado que o cerca fazendo do urro a brutalidade da luta na densidão sufocante do que não pode ser partilhado nada importa a não ser a valia do afeto dos corpos que se encontram e já são outros abaixo dos ossos distantes da orla que se distancia e os entrega uns aos outros ave maria dos afogados na última gota de vida perdida nas frestas da terra rachada ave maria sem asas que bica o grão oneroso e estéril dos mentirosos – já que todas as letras têm lastro