tio da casquinha
Em Um olhar sobre a cidade e outros olhares , de 1996, afirmo: “nesses bares / os lares q nunca tive”. O professor Jayme Paviani, referindo-se aos versos, encontrou a razão: “[...] uma certa ternura consigo mesmo. [...]”. Velho conhecido Pelas ruas da cidade, um personagem construiu outro personagem. As histórias se confundem, mas não há nada de invenção; ele é real. O mundo estava nos estertores da Segunda Guerra Mundial em 1947 e Ruy da Silva Peres começava a circular pelas ruas de Caxias do Sul. A vender “casquinhas”, uma fórmula culinária que, desde aquele ano (ou desde 1946, ele não sabe precisar) permanece intocada e envolta em mistério. O mundo mudou, ele interagiu com o mundo ao redor. Lá se vai mais de meio século, e o encanto continua. Talvez pela fórmula ultra-secreta dos quatro cones de massa doce acondicionados em sacos plásticos, depositados em um latão verde, já descascado e muito rodado; muito mais provavelmente pela simpatia e bom-humor do “Tio da Casquinha”, co...