procuro aquietar-me
na inquietude
enquanto a chuva
desenha na janela
traços daquela
q me faz sorrir
q me faz cantar
q me enleva
a ponto de acreditar
q a vida
- mesmo para quem duvida -
é um benefício
e q não é difícil
sonhar.

* * *

as máquinas
perfuram o asfalto
abrem cicatrizes
nas artérias urbanas.

o trabalho iniciou pela manhã
e agora a lua ilumina a cidade.
as famílias
aguardam a volta
dos trabalhadores

e uma ínfima e escrota
parte da população
se revolta
com o barulho
com o entulho
q não difere da porquice
com q tratam a área central

mas,
        não,
a culpa é das autoridades,
q resolveram perfurar as ruas
para tentar melhorar
a cloaca citadina
e não se dão conta
q a merda
corre sob o asfalto
e o verniz
da população feliz.

* * *

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog