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Mostrando postagens de julho, 2019
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Um dos melhores poetas modernos brasileiros, MARIO QUINTANA nasceu em Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906. “Nasci prematuramente e fazia um grau abaixo de zero”, comentou, em entrevista para o Instituto Estadual do Livro (1996, p. 5). O poeta morreu numa quinta-feira, dia 5 de maio de 1994, há 25 anos, com uma temperatura que oscilava entre 15°C e 27°C. A primeira vez que publicou um poema foi aos 17 anos, um soneto – e com pseudônimo, J.B. Sá, porque o pai, o farmacêutico Celso de Oliveira Quintana, “não gostava de poetas” (1996, p. 6), queria que o filho se tornasse doutor, lembra Moacyr Scliar (1937-2011) 1 , em artigo para o jornal Folha de São Paulo , em 6 de maio de 1994. Suas produções literárias tornaram-se um pouco mais conhecidas do público quando se mudou para estudar em 1919, em Porto Alegre – a começar pela revista Hyloea , do colégio militar, onde estudava. A grande virada para Mario começaria em 1924, quando foi trabalhar na Livraria do Globo, com o ítalo-
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A publicitária e jornalista Márcia Bastian Falkenbach, conhecida no circuito literário como MAYA FALKS , ganhadora de mais de 20 prêmios literários, nasceu em 29 de julho de 1982 e publicou Poemas para ler no front (2019), Versos e outras insanidades (2017), os romances Histórias de minha morte (2017) e Depois de tudo  (2015). O livro-reportagem sobre o poeta Gonçalves Dias, resultado da conclusão do curso de jornalismo, está em fase de revisão histórica, a cargo do professor Alex Costa Ramos – sem previsão para o lançamento, diz a autora, que pretende ampliar a pesquisa. Enquanto isso, ela prepara um novo romance e dedica-se à revisão de um novo livro de contos (bate-papo virtual em 28.7.2019). A primeira versão de Poemas circulou na internet até o final de 2018. Depois, os posts foram reunidos e publicados por uma editora paulista. “Há quem diga que é meu melhor livro”, comenta. Embora goste muito de falar sobre amor, não hesita em abordar militâncias em seus contos, crônic
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O dia 24 de fevereiro de 1981, de acordo com o professor Mário Gardelin (1928-2019), foi a “data limite” da literatura vêneto sul-rio-grandense em Caxias do Sul. Segundo Gardelin, o livro Os Pesos e as Medidas , de ÍTALO JOÃO BALEN , que tinha sessão de autógrafos agendada na Casa da Cultura, era “aguardado com muito interesse”, pois, com ele, a literatura típica ganhava “novo rumo”. Que o autor não acompanhou. “Morreu levando consigo muitos projetos”, conforme Gardelin. Esse depoimento está registrado em Imigração italiana no Rio Grande do Sul: fontes literárias , coedição da EST/EDUCS em 1988. Ítalo João Balen nasceu em 28 de julho de 1917, e fora as funções administrativas, sociais e políticas que exerceu na cidade, foi jornalista e poeta. Como jornalista, fundou o jornal A Época , “Jornal da mocidade em prol das aspirações coletivas”, que teve sua primeira edição em 2 de outubro de 1938 (Balen, na época, era também secretário-geral do município, convidado pelo prefeito Dante
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Um nasceu em 1920, o outro em 1946, mais precisamente no dia 27 de julho, em Nuremberg. Aquele chama-se Heinrich Karl Bukowski, este é MATTHIAS SCHULTHEISS , o desenhista que conseguiu transpor para os quadrinhos o universo dos bêbados e dos marginais, das prostitutas e dos desesperados que o poeta, contista e romancista alemão tão bem reproduziu. O encontro se deu na década de 1980. Com estilo realista, Schultheiss obteve um belo resultado nesta aproximação com o conterrâneo, que desde cedo migrara para os Estados Unidos. Foram várias narrativas publicadas na Alemanha; no Brasil, tivemos Delírios Cotidianos (com tradução de Suely Bastos), que trazia os contos N. York, 95 cents ao dia , A puta de 135 quilos e Mamãe bunduda , entre outros, na Coleção Quadrinhos L&PM e, depois, reunidos em um só álbum (2008), e, em aparição relâmpago na revista Animal , com O sonho do tubarão (em três edições, 1991). A primeira publicação de sucesso de Schultheiss foi Trucker , uma série
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Criador das séries I Aristocraticci (sucesso nos anos 60 e 70 no Corrieri dei Ragazzi ), Allan Quatermain e Martin Mystère , ALFREDO CASTELLI nasceu na Itália em 26 de julho de 1947. Ambos foram publicados pela primeira em 1982, mas Quatermain já tinha um histórico de testes e recusas por parte de editores de revistas e jornais, desde os anos 70. Só ganharam visibilidade quando o Sérgio Bonelli os aceitou. Martin Mystère, o Detetive do Impossível – que lembra, de acordo com Goida (1990), o escritor Erich Von Daniken (1935) –, já trazia consigo uma novidade, além da profissão: foi um dos primeiros personagens das histórias em quadrinhos a usar um computador pessoal. Mas o charme do personagem está no que ele faz: ele investiga mistérios, que não necessariamente envolvem fantasmas ou coisas do tipo, mas do tipo “civilizações perdidas”, como Atlântida e Mu. Segundo o autor, o nome de Mystère surgiu de um neologismo que ele encontrou para diferenciá-lo de “misteri”, que signific
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foto divulgação HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA é ensaísta, escritora, editora e critica literária, nascida em Ribeirão Preto (SP), em 26 de julho de 1939. A partir de seu trabalho como pesquisadora, editora, socióloga e crítica, o leitor teve acesso à boa parte da produção poética com a publicação da antologia 26 poetas hoje , em 1975-1976 (Ed. Labor), que teve novas edições, em 1998 e 2007. Ele reúne o que se chamou de “geração mimeógrafo” ou “geração marginal” (pós-tropicalista até os anos 70), e apresentou nomes de poetas que, com trabalhos individuais, foram reconhecidos pelo público brasileiro – alguns até pelos leitores e pela crítica do exterior, como Torquato Neto (1944-1972), Ana Cristina César (1952-1983) e Waly Sailormoon, ou Waly Salomão (1943-2003). “A seleção realizada não registra apenas uma tendência de renovação na poesia de hoje mas, também, procura sugerir alguns confrontos entre as várias saídas que ela adotou”, alerta Heloisa na apresentação do livro. Os
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                                                                                                     Foto Emilio Pedroso                                                                                                      O porto-alegrense PAULO HECKER FILHO nasceu em 26 de julho de 1926 e escreveu mais de 30 livros ao longo de sua vida – 18 deles, mais um inédito, todos de poesia, foram reunidos em 2014 pelos poetas Alexandre Brito e Celso Gutfreind para o Instituto Estadual do Livro/Corag, incluindo Patética , de 1955, que figura entre os pouco conhecidos, mas que, na ocasião, foi recomendado pela Revista do Globo , na edição de setembro daquele ano: “’Patética’ de raro bom-gosto gráfico, é um dos mais bonitos livros de poesia publicados no sul, ultimamente”, lembra Alzira Tacques (1956, p. 1289). Formou-se na Faculdade de Direito da UFRGS, em Porto Alegre – sem nunca exercer a profissão –, onde participou do Grupo Quixote e reunia-se com o futuro jurista Raymundo Faoro (1
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Nascido em 23 de julho de 1970, em Caxias do Sul, LEANDRO ANGONESE é autor de Ella (2018), Inquietudes (2017), Amores e Revolução (2015), Delirius Tremens (2015), Engrenagens de Sangue (2014), O Homem Só (2014), Orações de um ateu (2010), Pá de Cata-vento (2008) e Palavras ao Vento (2005), além de uma série de poemas publicados em antologias, inclusive de âmbito nacional. Autodidata, integrou o Conselho Municipal de Cultura e, no biênio 2014-2015, foi presidente da Academia Caxiense de Letras (ACL), na qual ocupa a cadeira n. 38, que tem, com patrono, o poeta Dante Marcucci (1889-1956); também compõe o Grupo de Estudos Literários Litteris Te Deum. Seu livro mais recente, Ella , ilustrado por Lucas Hoffmann, mantém a temática amorosa dos demais, mas difere na intensidade: “ Ella  tem um tom mais erótico” disse o autor, em entrevista para o jornal Pioneiro 1 por ocasião da publicação. Para o Riovale Jornal 2 , de Santa Cruz do Sul (RS), ele afirmou: “De meus nove li
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Escritor de quadrinhos, o argentino HÉCTOR GERMÁN OESTERHELD nasceu em 23 de julho 1919, filho de pai judeu alemão e mãe basca. Desde  as primeiras histórias que escreveu – situadas na década de 1950 e princípio dos anos 60 – já imprimia uma forte crítica ao capitalismo, ao colonialismo e ao imperialismo. De sua autoria, as séries mais conhecidas são Sargento Kirk (alter-ego do desenhista italiano Hugo Pratt), Bull Rocket (desenhado por Paul Campani) e O Eternauta (sua obra-prima), publicadas em revistas como Hora Cero , que editou com o irmão, Jorge, e com a qual “deu o tom da alta qualidade de textos de HQs argentinos”, segundo Carlos Patati e Flávio Braga (2006, p. 125), e Frontera Mensal , também idealizada por ele. Oesterheld – cujo nome depois se tornaria nome de prêmio internacional na Itália – também criou o boxeador Índio Suarez (desenhado por Carlos Freixas), Sherlock Time (em parceria com Alberto Breccia) e os faroestes Randall , Verdugo Ranch , Hueso Clavado ,