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Mostrando postagens de 2013

p/ ti

ainda não entendo meu endereço ser motivo                 de desacerto

dia vazio

a casa está aberta mas tu não vem. talvez tu esteja certa.

sol ao meio-dia!

quando crescer quero ser nuvem e ter a forma do meu sonho.

FELICIDADE A TODOS

última lua cheia do ano eu     e meu plano

NOVELA FANTÁSTICA (COMENTÁRIO)

a história maravilhosa de peter schlemihl , de chamisso, traz no título o adjetivo q justifica a leitura desta 'novela fantástica', alcunha anunciada pelo escritor thomas mann (de a montanha mágica e morte em veneza ) no posfacio da edição brasileira (estação liberdade, 2003, 2ª ed.). a história do personagem, peter, é misteriosa do início ao fim. mistura fantasia - as botas de sete léguas do pequeno polegar - com crendices e, por trás disso, uma mensagem social. pete vai à cidade em busca de sr. john, q seria o tio rico, mostrando seu vasto jardim a convivas. no meio do grupo, peter repara em uma figura ressequida, vestida de cinza, q, a cada desejo de algum integrante da comitiva, retirava o q fora solicitado do bolso: inclusive três cavalos, um tapete e uma tenda para abrigar o pequeno grupo de participantes do périplo! ao 'vender a alma ao diabo', q seduz o jovem e pobre peter com tesouros inimagináveis q, simplesmente, tira do bolso de sua casaca cinza, a hist

quarta-feira

noite quente sozinho em casa não há quem aguente * * * o cheiro de jasmim extrai de mim o q há de melhor

chuva

não há o exequível apenas a possibilidade de ser possível

pelas calçadas da cidade...

lugar de pedestre é nas calçadas, dizem. mas, alguns trechos de calçadas reservam lugar para os pedestres, como veremos em uma sequência de descrições do estado em q se encontram alguns logradouros públicos (q de poéticos, só como exercício íntimo e silencioso) da cidade, despretensiosamente e sem a rigidez gregoriana do calendário. o primeiro trecho é bastante particular, compreende o perímetro sinalizado pelas ruas mário pezzi e angelina michelon, ligadas pela os 18 do forte, via movimentadíssima, o q faz q em determinados períodos do dia os pisantes tenham q dividir o passeio com ciclistas q preferem não se arriscar à ferocidade de alguns motoristas. indo em direção à igreja de lourdes, cerca de 30, 40 passos a partir da esquina da mário pezzi, percebe-se as imperfeições, marca registrada da cidade, diga-se de passagem. remendos aqui e ali, cascalho solto, desníveis - tudo concentrado na entrada de uma garagem, estes monstros pós-modernos q acolhem em suas entranhas milhares de
'a literatura é uma fonte para o imaginário. Inclusive para o imaginário social.' carla caruso, escritora e ilustradora, escreve sobre a invisibilidade de personagens negros na literatura infanto-juvenil, em kamazu (ed. mundo mirim, 2011).

sob chuva

'Não há paz. Seria fácil demais retomar o controle se não fosse esse contínuo gotejar, esse derramar contínuo de corpos amolecidos, esse infinito tiquetaquear. [...] E o círculo da minha resistência se despedaça com um ribombar do coração que carambola na gaiola das costelas. Eis o silêncio, mas é só fingimento, pois basta apertar as pálpebras e até os cílios fazem barulho outras vezes teria bastado recordar que também me faço de Poeta. Que a poesia me salvou mil vezes. Mas nem a Poesia pode servir na última noite do mundo. E talvez este penar, este deixar-se arrastar pela fonte gurturja (profunda) dessa aparência de sono se chame solidão. Não há paz. Mas se poderia compartilhar esse morrer no escuro e renascer na luz. Poderia com o testemunho de um respiro ao lado.' (Bustianú, personagem de Marcello Fois, em Sangue do Céu , Record, 2005).

tarde

um sorriso e os olhos verdes. - como não estremecer diante de olhos verdes?

folhas soltas

uma folha passa por mim serei assim                  para outras pessoas?

bukowski

Encurralado (Tradução: Pedro Gonzaga) bem, eles diziam que tudo terminaria assim: velho. o talento perdido. tateando às cegas em busca da palavra ouvindo os passos na escuridão, volto-me para olhar atrás de mim… ainda não, velho cão… logo em breve. agora eles se sentam falando sobre mim: “sim, acontece, ele já era… é triste…” “ele nunca teve muito, não é mesmo?” “bem, não, mas agora…” agora eles celebram minha derrocada em tavernas que há muito já não frequento. agora bebo sozinho junto a essa máquina que mal funciona enquanto as sombras assumem formas combato retirando-me lentamente agora minha antiga promessa definha definha agora acendendo novos cigarros servido mais bebidas tem sido um belo combate ainda é.

ié!

'ainda assim, o tempo nem sempre conta uma história verdadeira. uma pessoa pode conhecer a outra durante anos e não conhecê-la de fato, e uma outra pessoa surge como um rápido conhecido e se torna mais próxima do que um irmão.' cliff janeway, em a promessa do livreiro , de john dunning (companhia das letras, 2005).

PRIMAVERA

sombras avolumam-se sobre o meu pensar sobre o meu sentir não tenho porque fugir até porque não tenho outro lugar                 para ficar sombras assombram-me mas não tenho                        como escapar não tenho para onde ir * * * mesmo noutra esquina                                     a mesma sina : os derrubados                        jogando dados como se aquele gesto                                   os aliviasse do resto da miséria da vida                             q ainda contém                                                     o q ainda provém para negar a medida                                 de ser feliz sem ninguém. .

desconhecida

tu     q passa por mim,                                 desconhecida, sem se dar conta, também me torna                             um desconhecido sem saber da minha vida não reconhecendo o q é afim entre tu e eu                      o q nos conforma no plano universal pois se nos despíssemos de resquícios sociais/morais veríamos                q fomos feitos - mesmo q ainda entre trejeitos -, perceberíamos q fomos feitos para o sentir.

re

repiso pegadas antigas as minhas e não minhas entoo antigas cantigas e ouço, renitente, ladainhas. a vida na urbe é circular. já não mais tremo mas arrepio ao postar meus sentidos ao extremo. repasso páginas já lidas mas não requento meus sentimentos aprendo com árduas lidas e vivo, intenso, todos os momentos.

fora do trilho

andarilho urbano descarrila no mundo desumano p/ h.    

na segunda

pra q pressa se o q interessa é o bem-viver?

entrevista

A maioridade livreira Livraria Mercado de Idéias vira uma nova página em 2013 e completa 18 anos de atividades Enfim, a maioridade. Enquanto a Feira do Livro prepara-se para comemorar 30 anos em 2014, a Livraria Mercado de Idéias chegou aos 18, virando mais uma página no conturbado mercado livreiro nacional (o país conta com 1,3 mil livrarias, quando o ideal seria 10 vezes mais, segundo, segundo Heloísa Seixas). Natural de Vacaria, a proprietária, Maria Helena Lacava, 51 anos, é precisa em lembrar como tudo começou. Ela, que teve a experiência de ser “xerife” da Feira no período compreendido entre 1998 e 2006, também comenta sobre público, mercado e a experiência inicial – que neste ano completa 28 anos de atividade.   “Acredito muito nisso”, diz. Depois de cinco anos como gerente da extinta Livraria Sulina, então administrada pelo livreiro Erni D’Avila, confirmou suas observações: os livros mais vendidos eram (e ainda o são) os lançamentos. Foi neste momento, aparentemen

DOMINGO

PREGO E ESTOPA três palavras mágicas e v acredita q as tendo dito absolve no ato o fato de v ser esquiva? * * * daqui a lua é logo ali lembrar nada mais é do q um haraquiri * * * no silêncio da noite a palavra amor                       é açoite. fustigo-me. entrei numas de q as nuvens e o silêncio são aquarelas impressionistas das minhas conquistas. penso em ti. as nuvens se desfazem o silêncio é corrompido. vou dormir com um dó de peito ferido.
. de um abandono a outro cão sem dono   * * * gosto da ideia do vento nas esquinas e nas galerias e aprecio quando meu sentimento te proporciona novas alegrias    

agosto

não interfira                  na minha auto-destruição não se interponha                            na minha auto-laceração não destrua minha felicidade nem questione minha idade viva comigo o q me resta se estou contigo é só festa aqui estou mas não vou revelar se no balcão de um bar ou no banco de uma igreja   aqui eu sou um avatar um nenúfar.   e q assim seja!   * * *                      cedo não discuto apenas penso                      no q diria                      no q farei pelo resto do dia    

novo jornalismo

'três décadas depois ( de orwell, ou eric blair ), isso se tornaria um grande dogma do Novo Jornalismo - colorir fatos e personagens com um aquarelista para chegar a uma verdade emocional e filosófica maior. até hoje, jornalistas se agarram a essa ideia de criar combinações, e escritores de talento como gail sheehy têm sido duramente criticados por fazer isso. para os tradicionais jornalistas e críticos do Novo Jornalismo, isso é a antítese da bem organizada técnica da pirâmide invertida, mas a história de orwell chuta as limitações da pirâmide para longe. jornalistas preguiçosos podem abusar de combinações, distorcendo fatos para transformá-los em fábulas. porém, orwell não está excluindo nem alterando fatos, mas reordenando-os, modelando o material bruto para torná-lo mais compacto e coeso, de modo que os arquétipos possam funcionar como personagens representativos, e que sua história mantenha sua força narrativa.' (marc weingarten, a turma q não escrevia direito , editora re

julho

caio no espaço vazio nem à frente nem para trás sequer no cio. quem sou? onde estou? as paredes restringem os dentes se estriam meus atos infringem meus atos esfriam-se diante da intolerância e da ignorância, e, confuso, minha ânsia, me deixa inerte. ou, solerte!   * * *   as nuvens se movem movem-se as pessoas os automovem-se também em várias direções. em meu peito bate um coração mesmo na imobilidade da estação.      

uma dose de erotismo

PRIMAVERA FORA DE ÉPOCA teu beijo é lírio orvalhado teu sexo é nenúfar              perfumado * * * SILÊNCIOS não fala             com seu falo mas       quebra o gelo                            com teu grelo
as estrelas                não estão onde as contemplo e tu      onde penso * * * enquanto caminho miro o chão pegadas sobrepostas outras q virão

OUTRO DIA

acende a luz faz o sinal da cruz e o dia se inicia * * * tudo o q ele quer não é tudo o q necessita. é saber conduzir o devir q facilita a vida. * * * as pessoas mais velhas sinalizam meus caminhos - rosas e espinhos. * * * INVERNO opiniões sobre a chapa quente coberta com pinhões

NA ESQUINA

neblina a vida me inclina à poesia

só por hoje

contemplar estrelas q lá não estão. pensar em musas. 'filmes da memória' q se extinguem por mais belos                       q sejam por mais distantes                            q estejam. * * * abro a janela para sentir o clima molho o dedo com saliva para perceber o vento vou às ruas. seja sob o sol ou debaixo da lua a life engana. a mesma trama a mesma traquinagem vário sentimento em relação ao esquecimento. no final das contas tudo bobagem. * * * SANTO ANTÔNIO santo provedor me proteja desta sanha, por favor! * * * SÓ, MANO! a cada dia estou morrendo. edredons. remoendo. * * * a noite é o reverso especular dos dias insossos q a vida tem a ofertar * * * OLHOS VERDES se as musas são lendas ou histórias quantas memórias sob as blusas? * * * ao repetir-me diluo o q era firme. ou não. escuto meu coração e, mesmo em conflito, repito-me.
a considerar 'seria difícil não reconhecer no desprezo endereçado ao escritor [john updike] um deslocado desgosto com relação ao estatuto do próprio romance [...]. o romance se aproxima de modo perigoso da perda de sua função. faça uma experiência. pergunte a si mesmo se o romance ainda é culturalmente relevante. em seguida, pergunte a si mesmo quando foi a última vez que leu um romance que o comoveu como um filme o comove. seja honesto. agora faça a primeira pergunta a seus amigos. claro que o romance é culturalmente relevante, eles dirão. então faça a mesma pergunta sobre o último romance que leram. o que foi que eu disse?' [...] 'por fim, estamos nos tornando mais visuais e até mais musicais que verbais. somos seriamente visuais e musicais, mas poucos de nós continuamos sendo leitores sérios.' ( lee siegel, um dos mais contundentes críticos culturais estadunidense. artigo john updike ou a importância de ser sério , publicado na revista serrote , março de 2012

outono

chapinho sob a chuva e sobre as folhas e penso em ti ai de mim!

hoje

PROVÉRBIO REVISITADO sob sol           e chuva a viúva não casou. apenas "ficou" * * * LEMBRANÇAS folhas amarelas sobre o chão nós, à luz de velas

ei!

faria um poema de amor                                     por dia se tu me permitisse se eu conseguisse resistir à tua beleza e não ficasse frustrado com toda essa energia mas simplesmente encantado com toda tua esperteza aí, eu teria certeza q viver é uma redenção           nada tem a ver com a ilusão q o amor existe                        mesmo q triste mesmo q à primeira vista ele pareça q não exista

das manhãs cinzas

sou do mundo não sou mudo mas calo fundo quando o q encontro não me aprofunda * * * olhe a rua olhe a lua olhe como o invisível pode ser possível

c

lágrimas. v me diz não e eu

abril

cerejeiras no japão plátanos na serra. coisas da estação.

utopiacai

c/ marcelo bernardi o mundo se descontroi e ao pensar nisso minha cabeça doi poderia ficar omisso mas não consigo o problema é q a realidade entra em choque comigo a utopia cai um sonho se vai sigo meu caminho em trânsito entre o ódio e o carinho meu caminho                       é só tristeza não ouço o canto do canarinho a janela só me deixa ver estruturas de concreto e pessoas q parecem não mais viver a utopia cai um sonho se vai amores de mentira amores de verdade q talvez eu não venha a conhecer e, então, o q fazer? olhar a vida passar? fazer acontecer? ou, na real, me perder por aí?

18.03.13

a lua muda de lugar a lua muda de luar a lua muda e eu também. * * * v me deixa                 tenso e eu eu penso na próxima deixa para transformar este querer intenso em outra forma                        de amar. * * * AO TEU LADO em um instante e antes não foi o bastante * * * MEU AMOR difícil dizer         o q fazer ainda é verão         tem diversão eu quero ver o inverno. tudo interno. e eu sem te ter. * * * tô na rua. tô na tua. preso ao desejo sem sequer te ter e, por onde olho eu vejo, o teu florescer. tô na rua. tò na minha. eu te quero nua. eu me quero brilhante eu te quero radiante eu te quero gentil desculpe, se ficarei senil, eu me quero na rua                               (mesmo no fim da linha!) * * * AMOR ainda ecoa a palavra mas todos sabem q é loa.

uma partida

quase do outro lado sem jogar xadrez entendo o quadro e a minha vez * * * o q tenho a te dizer                              meu amor é q nunca vou te esquecer

talvez adeus

revejo meus feitos reconsidero meus defeitos estou de partida. nesta jogada só tem ida, tem ânsia      tem a carta marcada, aquela!           da minha infância                                     perdida.

será?

a sociedade é elitista em seu discurso e prosélita                em seu recurso de estimular o proibido e coibir a iniciativa tornando o sujeito oprimido sujeito a alguma ação reativa * * * PAIXÃO te vejo           em todas as mulheres e revejo             nossos prazeres. prossigo. há muito no meu caminho semelhante a um ninho um recanto um encanto! mas tudo é perigo...

e é segunda!

a cidade q me adotou irá me devolver ao mundo como uma mãe ressentida q toca na ferida, mas não vai fundo. * * * CAOS o plano do universo está no verso                     do poeta só q ao inverso : as palavras do esteta reconfiguram o plano mas não alteram a ordem sequer organizam a desordem * * * eu q me angustio eu q falo pouco                       mas desvario eu q sonho contigo mas só olho para meu umbigo eu, covarde, q só ardo tarde, q escuto muito e q tenho o intuito                           de um mundo diferente eu q aprecio as mulheres e os melhores mesmo q               aos olhos de outra gente                                                   eles sejam os piores eu penso eu danço eu denso eu ranço eu não concordo com esta insânia de tornar o homem uma infâmia. * * * ENGANO nestas ruas sob várias luas vi teu rosto nas esquinas e, entre umas e outras esquivas, pensei ter te encontrado. errei        pela cidade e em to

verão

folhas de jornais                         ao vento diferente do outono quando plátanos                        em movimento poetizavam as ruas da cidade

domingo em família

a finitude               é irreversível logo       sejamos breves na medida do possível

inclusive os fios

o olhar vagueia                       vago entre os espaços q os edifícios permitem. nesta época as nuvens preocupam assim como a ansiedade e a expectativa ocupam os q andam pela cidade sem deixar traços                            nem dizer amém. a cada quadra                       quarteirão multidões se acotovelam mirando o chão enquanto o céu                        esparramado feito rampeguina permanece a descoberto                                     em cada esquina inclusive os fios. q ligam corações apesar do emaranhado.

lassidão

neste dia me basta              uma poesia                               vadia

e então?

o poeta na prosopopeia urbana também se engana. vê beleza onde há tristeza onde há ruína se arruína. o poeta            no cotidiano tem um plano q só não vai pro espaço porque o próximo passo é o dele.

chuva

de volta para casa flores amassadas                           sob meu pés. paro na esquina acendo o cigarro um e outro carro. mas meu pensar está em ti. e, nisto, me imobilizo na sinaleira. - não tenho como pedir a saideira caminho sobre as flores e a chuva volta a irrigar minha solidão.

putz!

a cidade se deteriora. calçadas mal cuidadas, automóveis demais. promessas desconectadas com a realidade. novas estruturas arquitetônicas sobre antigas estruturas, sem bom senso - vide o prédio ao lado do paraíso, q já deveria ter sido preservado mas, creio, há coisas mais importantes a serem debatidas nas reuniões do compach (ainda existe?). não política, sim à politicagem. administradores egóticos em todos os níveis, sem noção da humanidade - discursos vazios, descolados da prática. a cidade se deteriora. como toda a GRANDE cidade. basta caminhar pelas avenidas e pelas ruas - já q calçadas pouco existem. basta olhar nos olhos das pessoas q circulam pela cidade. afinal, é delas! é nossa! ao isolar-se, tendo o comando - econômico, político e social - é cômodo traçar um projeto. posar para a foto, com sorriso colgate e herança escoteira ou tradicionalista... paralelamente, há um agito. mas é preciso mais, é preciso um energizante. a cidade se deteriora. cai um símbo