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Mostrando postagens de setembro, 2012

o sábado e o jasmim

na última hora do teu dia feliz imagem de outrora

feira livre

sem querer, recupero um exemplar do jornal rascunho , de fevereiro de 2010. era (ou é, não sei, perdi o contato, fiquei com preguiça de ir atrás, sei lá) um jornal voltado às letras, subintitulado 'o jornal de literatura do brasil'. reencontro textos de autores e leitores sobre a biografia e a obra de clarice lispector; poemas (então) inéditos de ferreira gullar ('o som é da Terra / não há nenhuma música das esferas / como pensou Aristóteles [...]'), uma crônica intitulada 'glauber, foucault, boff, prestes...' e outras interessantes reflexões e constatações a respeito da literatura. um texto, especificamente, me chama a atenção. a coluna recebe o nome de 'ruído branco' e seu autor é luiz bras (q nada mais é q nelson de oliveira, escritor paulista q assina o romance paraíso líquido ). o título do artigo é 'fim do papel, fim da poesia' e, nele, o autor discorre polifonicamente sobre a tragédia anunciada do fim do livro-objeto - mais, sobre o f

na tela

filme medianeras - buenos aires na era do amor virtual , de gustavo taretto. a descrição q é feita da cidade é uma das mais interessantes q já li/ouvi. e o tema - a solidão na cidade - é tratado de forma casual, como se nós mesmos não passássemos por momentos assim. 'a cidade que os coloca juntos é a mesma que os separa.'

ficção

'a história latino-americana está repleta de utopistas que tomaram o poder para consertar as coisas e se tornaram ditadores em seu próprio benefício [...]. os ricos que exercem o poder e autoridade não veem o limite de vitimização social. os revolucionários criam o limite, prometem consertar o que está errado e, através de meios pacíficos ou violentos, chegam ao poder. então, a nova classe dominante gradualmente se torna míope e o ciclo se repete.' reflexão de victoria valiente, personagem de josé latour no romance camaradas em miami (coleção negra, record: sp, 2007)

leitura casual

trecho de um fax enviado por yes para pepe carvalho: 'apaixonar-me por v foi a coisa mais solitária q fiz em minha vida.' ( o homem da minha vida , de manuel vázquez montalbán, cia. das letras, 2003)

ceu pétreo

bonsai               na janela desanuvai!

marés

enfrento uma nova onda                                              em sua verticalidade                                                                                    em sua extensão eu tô de olho nela eu me entrego todo a ela como num sonho (com a esparrela me deixo navegar por isso não insisto mas também                           não desisto um dia eu atraco                                em seguro porto noutro eu posso afundar                                              e me fazer de morto por ora, vou aproveitar tua ausência para ir              ali                    no armazém

centena de anos

"[...] Herói, poeta e mocidade são as projeções das pátrias, porque neles crepita a fogueira do ideal! Apenas o herói tem horas de abandono e de ingratidão das raças, e a mocidade fica com ele. Apenas o poeta tem momentos de descrença e é a mocidade que o soergue com o largo riso forte que tem a divina Certeza. Eu venho à vossa porta e clamo: - Mocidade, o meu ceticismo é a máscara do desalento. Nunca a pátria que ides continuar desceu tão baixo. Eu tenho medo! Lá fora, por um milhão de léguas quadradas, a estupidez rebentou em cataclismo. Há fome, há miséria e a indignidade, curvando as espinhas como barbatanas, fez da pátria uma copa colossal em que lacaios se disuptam os restos do festim destruidor do legado dos nossos ancestrais. O descaro, a covardia, o medo das responsabilidades, a inveja, a ignorância abalaram os esteios sociais. À inteligência abafa-se porque poderá mais, ao mérito não se respeita porque ninguém o compreende; a honra despedaçam-na porque a honra ultraj

boas-novas

agora procure entender o q vou te dizer faz tempo                   q sinto faz tempo                   q calo mas          procure aceitar depois              do sol se pôr                                      eu hei de dizer é só mais um tempo um mísero segundo                                       para a sobrevivência                                                                            de um verso profundo me dê mais um tempo um tempo vagabundo                                          tenha paciência eu vou te dizer - ainda q em silêncio.

palheta

se matisse                      abrisse                                    a guarda a cor se esvairia     a luz bruxulearia        o espaço se atrofiaria. e deu pra harmonia.

redenção

enfim,            é cedo para chegar ou      é tarde para te encontrar?

epifania (de outro dia)

sorry,          eu vi                  a lua                          sorrir!

rodrigueana

'o sábado é uma ilusão.'

ufa!

'[...] A mulher  que está esperando o homem está sujeita a muitos perigos entre o ódio e o tédio, o medo, o carinho e a vontade da vingança." (rubem braga, ai de ti, copacabana )