Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2011

agora

só ao te olhar o mundo se transfigurou. eu ou ele              pirou * * * folhas no chão páginas reviradas ao teu lado nada é mais do q tudo * * * não me venham com convenções! são puras invenções daqueles q não sonham! * * * penso em ti em meu desvario ao me dar conta rio. * * * sob suspeita meu olhar me trai. paixão não se estreita.

aqui estou

sozinho              te invoco te chamo porque te amo penso em ti                    e me provoco.

tarde

estaremos refletindo ou repetindo antigos comportamentos negando nossos sentimentos adiando a possibilidade de sermos felizes em qualquer instância nos adequando à facilidade de seguirmos as diretrizes construídas em nossa infância quando deixamos de ser para apenas ir seguindo... * * * ao sentir teu corpo junto ao meu, juro! eu era nada mais do q eu. * * * a tarde ganhou brilho o sol voltou a raiar o trem anda no trilho e o passarinho a voar * * * SONHO nesga de luz no quarto. acordo, e teu sorriso me seduz.

apontamentos

Eis-nos aqui falando sobre a cidade, do seu cotidiano de mortes, falta de água e escasez de moradias, de orçamentos minguados, sonhos e jardins floridos, de responsabilidades repassadas, vaidades sociais, hospitais superlotados (como se algo fosse mudar sem a afirmação da prevenção) e etc. Eis-me aqui, recordando fatos, esquinas, prédios, pessoas, calçadas e sensações. A troco de quê? * * * Esquinas prédios pessoas calçadas sensações são visões particulares. Compartilhá-las é uma maneira de ressignificar minha solidão e meu egoísmo. Outras pessoas aí estão. Com as suas calçadas, esquinas, suas sensações adolescentes e verdades pueris. Como eu fui um dia? Como eu sou ainda hoje? * * * Paulo Leminski (1944-1989): "A cidade é uma cartilha. Você não sobrevive numa cidade se não souber ler o nome das ruas, por exemplo. A cidade é uma espécie de livro aberto. O viver na cidade leva à alfabetização. E o mero crescimento vegetativo de uma população mais alfabetizada aumenta

algaravias

te sinto no ar da primavera, inebriado pela lembrança. apenas tenho pesar pela longa espera, espaço em q o amor dança. * * * silêncio e paciência só para quem tem experiência. * * * a hora de te ter (de) mora no meu ser * * * insinuante e desprentesiosa tu invade meu olhar. bacante! * * * nunca conversamos muito menos nos amamos. mas, em todo amanhecer eu sou teu, tu é meu querer. * * * na rua sob o sol;   sob o lençol, v nua. a solidão continua. * * * conversa de bar às vezes é salutar outras vezes revezes. mais histórias para contar... * * * se for para trair q seja mulher se for para atrair a melhor * * * eu vejo na sombra o lampejo q me assombra * * * aquilo q me incomoda entra na roda mágica do desfazer * * * as torres gêmeas de lourdes na 18 sustentáculos da cidade * * * tenho q representar o q não vivo. - então, só sobrevivo.

só um comentário

livro do zygmunt bauman: confiança e medo na cidade , da zahar editora. caramba, a percepção do cara é muito boa! tudo isso q vemos/assistimos nos veículos de comunicação a respeito da violência na cidade está ali. é muito claro. a cidade, inicialmente, foi 'criada' para proteger o homem. antes, ele vivia de forma nômade, sujeito às intempéries. depois, conforme richard senett (ótimo livro, barcelona ), as cidades contribuíram para a proteção do ser humano. depois, inventou-se a palavra 'progresso'. e o progresso, hoje, voltou-se contra o homem. e a cidade se constitui num paradoxo inexplicável: exclui alguns e beneficia ninguém. '[...] o fenômeno que consiste em buscar cada vez mais a companhia dos semelhantes deriva da relutância em olhar profunda e confiantemente para o outro e empenhar-se reciprocamente de modo íntimo e profundo, de modo humano. [...] quanto mais as pessoas se isolam nessas comunidades muradas feitas de homens e mulheres semelhantes a
amar e ser amado sem erro. o destino nos pôs lado a lado - livrai-me do desterro, pois! * * * é a neblina q me envolve e me beija na tua ausência

e?

converso com meu pinguim de geladeira. ele me diz: "deixe de besteira. não entre em fria! amanhã, é outro dia." * * * alguém pergunta: "q história é essa do amor redimir?" sem palavras, só sentir. * * * PRA NÃO DIZER Q NÃO FALEI DE SEMANA FARROUPILHA... minhas mãos estão murchas. meu corpo pouco resiste às caminhadas. penso q está na hora de reavaliar minhas invernadas. * * * eu e mr. ripley em cavernosa trajetória. melhor seria ir pra disney e contar outra história...

e agora?

FIM DE TARDE a hora em q o sol se põe sinto um arrepio não sei se choro ou se rio * * * 'quer q eu pegue pão?' eu e v, então, numa poesia do dia a dia

Folhas amarelas

É possível que as mesmas coisas tenham acontecido em outras circunstâncias. Sim, são as mesmas coisas ainda, ainda que os tempos sejam outros. Isso nos remete à questão da circularidade, do eterno retorno, do yin e do yang, do movimento natural que é propriedade das pessoas e das coisas. Mas, e como fica nossa noção de que o presente não existe? Se o futuro é algo que está por vir e o passado já deixou de existir (numa linha imaginária), o que temos para lidar, para manusear, além da sensação de fragilidade que nos acomete diante de um revés? Com certeza não são mais cubos pedagógicos no chão acarpetado de uma maternal. O consumo de crack e a guerra em Kosovo não nos chocam mais? Dirá alguém que temos problemas maiores a resolver em nosso redor. Mas se o mundo é (está) globalizado, ninguém deveria ficar indiferente ao drama de meio milhão de albaneses à deriva, entregues à dor. Caso contrário, a indiferença tomou proporções assustadoras, corpos e mentes anestesiados nesta aldeia globa

restinho da manhã

vermelha, a lingerie da vizinha me induz à entrelinha. * * * foi só falar a chuva choveu. tua língua, tenho certeza, doeu.

meio-dia e algo mais. talvez.

sem ânsia a distância (só) me faz bem. * * * como a faca no pudim teu silêncio tocou fundo em mim *  * * a primavera se aproxima. entre nós, um novo clima. * * * NA CIDADE a possibilidade de se estar só é uma multidão * * * amo os meus dias cheios de surpresas e indecisas certezas * * * ao telefone a palavra soou áspera agora, o silêncio é como véspera. * * * sonhei q era pai e não passou disso. entre nós, enguiço. * * * cansei de ser o segundo. agora, quero o mundo. * * * faço figa. faz tempo q tu não me liga. * * * meu amor, não é preciso dor. leveza, com certeza! * * * veja só: um dia, dois. noutro, um nó. * * * fantasiei o futuro acordei no escuro * * * nublado o dia prossegue mas não há o q me sossegue * * * agora penso saber q não há nada mais a fazer. tu vai embora. * * * vivi intensamente esses últimos nossos dias. de um lado, muitas alegrias; o outro lado, dormente. * * * pedalar a bicicleta é voltar a ser poeta.

Mas...

De vez em quando, penso que eu bem poderia ocupar este espaço com mais senso, devanear menos - como querem amigos meus -, fazendo críticas aos governos, que não se incomodam com as pessoas mendigando comida e carinho, revirando e rasgando sacos de lixo seletivo, roubando para comer. Mas, confesso - e peço que me desculpem -, meu estro não é esse. * * * Penso, também, que deveria discorrer sobre questões da saúde pública, direcionando meus escritos para o drama das mães que levam os filhos cobertos de sarna aos hospitais, crianças com cinco meses e 2,5 quilos, futuros ameaçados pela falta de cuidados básicos e de orientação. Podia citar casos, por exemplo, de mães que passam erva-mate nos "países baixos" dos filhos, achando que as assaduras seriam curadas, desconhecendo que água e sabão é o remédio mais garantido nesse Brasil defenestrado pelas bulas e pelo pouco caso com os pacientes (em todos os sentidos) brasileiros. Mas, reconheço, esse assunto foge de minha alçada e c

mais do nada

a ermida da madrugada não se compara a nada * * * penso o q quero tenho o q necessito ergo , cogito * * * meu pé balança inconsciente. tenho q parar com essa vibe da mente. * * * flores na primavera cheiros ancestrais. como lidar com meus 'ais'? * * * um dia acordei emburrado. voltei a dormir do outro lado. * * * o ar está gelado mas os olhares estão quentes. quem é essa gente q intenta estar ao meu lado? * * * aqui, sozinho, tenho o mundo em minhas mãos. ao teu lado terei algo mais q a solidão? * * * eu sou pra ti tu é pra mim estrada sem fim * * * o liberal rosseau falava sobre correntes. penso nos 'antigamentes' e ainda mais preso estou. * * * paisagens de amor me emocionam. namorados se beijam. * * * nasci poeta tornei-me exegeta. a vida para mim não é uma reta com fim.

Copacabana, 7 andar

Ela nasceu em 1952, no dia de um junho carioca. Criou-se entre Niterói, Copacabana e os jardins do Colégio Benett. Quatro anos depois, ditava seus poemas para sua mãe, Maria Luiza. Ana Cristina Cesar conheceu o perigo de viver - quem pensa, logo sente a angústia. Reconheceu o não, testemunhou a vida. Suicidou-se em 29 de outubro de 1983. Representante do discurso fluente do amor - aquele que reconhece a dificuldade de respirar e a velocidade do nosso tempo - Ana Cristina esteve para os anos 70 como nós estamos para os anos 90, "nós do mesmo sexo não / fabricamos delícias: / coçamos amenidades / a tensão dos ângulos / distantes". Densa em suas reflexões, Ana Cristina publicou desde cedo: já aos sete anos o público conheceu seus primeiros poemas. Foi profesora, jornalista, tradutora. Viajou para Londres, Irlanda, País de Gales, Itália, França, Holanda e Estados Unidos no final da década de 1960. Incursionou pelo sertão nordestino: Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão em 1973. A

meio-dia e um pouco mais...

v me diz q não é feliz. mas não insiste. desiste. * * * observe: a vida segue em calça leg . * * * não me sinto lesado por não te ter ao meu lado. apenas aguardo. * * * calei a escrita mas nada mais me conforma. de forma irrestrita o verbo transforma. * * * CLIMA fim do inverno! será o pé-do-benedito? o dito pelo não-dito. * * * o corpo sem sombra aumenta a solidão. é o meio-dia da minha euforia.

segunda

a insustentável leveza do ser parece se resumir aos encontros fortuitos, onde o homem (macho) se mostra controlador diante da mulher (fêmea), mas a recíproca mostra q a mulher (fêmea) é muito mais controladora q o homem (macho). e nessa interpretação, não sobra espaço para o carinho . e a insustentável leveza do ser confirma-se. de forma inesperada...

segunda

enquanto alguns julgam eu contemplo                        a natureza das coisas e dos seres e crio meu templo

sábado

a noite foi plena de aproximações a manhã só teve senões. tem sido assim faz mais de ano: não vislumbramos o fim não avaliamos o dano. estamos assim. eu aqui, tu não sei onde. guardo meu amor, sem fim. tu brinca de esconde-esconde.

putz!

na baumann-idade não perder a ternura pode significar, na verdade, manter a lisura em tempos de perda de identidade