agora é só silêncio
e temo q assim será
quietude e saudade
não a quietude contemplativa
mas a incomodativa
nem a saudade q aquece
mas a q esquece
agora é silêncio.
além dos quilômetros q nos separam
outros impedimentos
: palavras q nos calam
: dores suores frios – estremecimentos.
talvez o meu silêncio
um dia reencontre o teu
e, na calma da alma,
nossos olhares digam mais
digam o q é meu,
o q é teu, o q é de nós dois.
q nossos olhares tragam a paz.
* * *
neblina e solidão.
maldito refrão
de mais um inverno
só
lembrando de ti.
mas
é pobre minha versão.
essa história de amor inatingível
é falível
e quase picaresca
é ridícula, grotesca,
e nada tem a ver com nós.
por isso, a poesia se cala.
ela se oculta no sentir.
se não expresso na palavra
é pq não posso deixar fluir
tudo o sinto por ti
em versos, em ramas.
ou rimas.
me calo no papel
e ergo meu silêncio ao céu
em ardor.
o meu amor.
* * *
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