feira livre

sem querer, recupero um exemplar do jornal rascunho, de fevereiro de 2010.
era (ou é, não sei, perdi o contato, fiquei com preguiça de ir atrás, sei lá) um jornal voltado às letras, subintitulado 'o jornal de literatura do brasil'.
reencontro textos de autores e leitores sobre a biografia e a obra de clarice lispector; poemas (então) inéditos de ferreira gullar ('o som é da Terra / não há nenhuma música das esferas / como pensou Aristóteles [...]'), uma crônica intitulada 'glauber, foucault, boff, prestes...' e outras interessantes reflexões e constatações a respeito da literatura.
um texto, especificamente, me chama a atenção.
a coluna recebe o nome de 'ruído branco' e seu autor é luiz bras (q nada mais é q nelson de oliveira, escritor paulista q assina o romance paraíso líquido).
o título do artigo é 'fim do papel, fim da poesia' e, nele, o autor discorre polifonicamente sobre a tragédia anunciada do fim do livro-objeto - mais, sobre o fim da poesia.
um texto repleto de citações, a partir de um outro artigo publicado no le monde diplomatique brasil, em janeiro daquele ano, pelo poeta,romancista e matemático jaques roubaud, em q ele selava o fim da poesia - 'roubaud acerta no diagnóstico, mas exagera no corolário', refuta bras.
é vero, apesar da pouca leitura e da inexistência de livros de poesias nas listas dos 10 mais vendidos, poetas de todos os rincões ainda exercitam métricas e versos brancos contra a invasão maciça da prosa.
'poetas, editores-poetas, críticos-poetas e diletantes-poetas', segundo bras, permitem ainda q versos herméticos (lembrar benjamin e adorno, lembrar os modernistas e os concretistas) e versos frouxos façam parte das estantes e de bibliotecas pelo brasil afora.
nesta sexta, em q tem início a feira do livro de caxias, q os olhares se voltem também para os volumes poéticos q dividem o espaço - de maneira desproporcional, frisa-se - com os blockbusters.
enquanto isso, vitor ramil: 'vejo o sol / quem não vê o sol? / tem sol aqui / e se eu andar ali também / tem sol'. ('sol (depois de oswald)', de à beça

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog