pelas calçadas da cidade...

lugar de pedestre é nas calçadas, dizem.
mas, alguns trechos de calçadas reservam lugar para os pedestres, como veremos em uma sequência de descrições do estado em q se encontram alguns logradouros públicos (q de poéticos, só como exercício íntimo e silencioso) da cidade, despretensiosamente e sem a rigidez gregoriana do calendário.
o primeiro trecho é bastante particular, compreende o perímetro sinalizado pelas ruas mário pezzi e angelina michelon, ligadas pela os 18 do forte, via movimentadíssima, o q faz q em determinados períodos do dia os pisantes tenham q dividir o passeio com ciclistas q preferem não se arriscar à ferocidade de alguns motoristas.
indo em direção à igreja de lourdes, cerca de 30, 40 passos a partir da esquina da mário pezzi, percebe-se as imperfeições, marca registrada da cidade, diga-se de passagem.
remendos aqui e ali, cascalho solto, desníveis - tudo concentrado na entrada de uma garagem, estes monstros pós-modernos q acolhem em suas entranhas milhares de automóveis q já não encontram mais espaço (nem segurança) nas vias públicas (ou será q a cidade encolheu?).
mais 20 metros e, novamente, o mesmo cenário: cascalho, areia, desnível e, mais, pedras soltas - outra entrada de garagem/fabriqueta.
continuo a caminhar.
há q se considerar q o trecho diante de uma instituição bancária é o q há de melhor no trecho, inclusive com piso para facilitar a vida de deficientes visuais, melhoria reduzida, talvez, pelos enormes vasos q fazem com q quando transitam cinco ou mais pessoas ao mesmo tempo seja necessário quase fazer uma fila indiana e desviar-se das folhas - q nada têm a ver com a falta de noção de quam as colocou ali
dali até a esquina, o terreno apresenta-se sem sobressalto, mas a esquina...
credo, jacaré!
retalhos, cimento cobrindo falhas, a rampa para cadeirantes detonada, pedaços do meio-fio quebrados... nada a ver com a rua ladrilhada para o meu amor passar...
um orelhão instalado junto à parede é mero enfeite, já q nunca se vê alguém o utilizando - a não ser para acender um cigarro em dias de ventania; abaixo dele, resiste uma anacrônica ferramenta usada para tirar o barro das botas dos vaqueiros e... desníveis e buracos.
o asfalto da 13 separa esta pequena colcha de retalhos de um novo trecho de calçamento regular, devido à atenção do proprietário de um posto de combustível instalado na esquina.
mas, tão logo termina o limite do estabelecimento, o pedestre logo se vê tropicando em solo irregular - nova entrada de garagem, q se estende por uma via de acesso- com paralelepípedos - à residência dos padres.
transposto este trecho inicial, a situação piora: pedras soltas q, em dias de chuva, propiciam o risco de encharcar o calçado e, no mínimo, a barra das calças, já q, traiçoeiras armadilhas, pregam peças em quem firma os pés sobre elas.
seguimos como se jogássemos amarelinha ou como se caminhássemos em um campo minado.
na sequência, a galeteria e a academia, garantem tranquilidade para quem caminha - o q dura pouco.
em frente à escolinha, o acesso para automóveis prenuncia o q vem depois: trecho mal-iluminado à noite, pedras soltas (dias de chuva!), um buraco a céu aberto, já q a pedra cedeu e mostra o vazio sobre o qual centenas de pessoas se firmam - imagino o resto da cidade -, sinalizado por um pedaço da própria pedra, agora na vertical, e outro de madeira, mais um cone de sinalização DENTRO dele.
logo, um trecho simples, mas conservado, até a esquina com a humberto de campos.
novo trecho de asfalto, um pequeno caminho regular de calçada para, em seguida, o caminhante se deparar com novos obstáculos - inclusive outro acesso para automóveis.
quem percorre esta quadra encontra, no percurso, uma das mais tradicionais galeterias da cidade, só q antes tem q evitar o piso solto e a irregularidade do acesso de veículos de uma concessionária telefônica.
passado trecho linear, de novo o pedestre irá pisar em um terreno defeituoso, com buracos e totalmente díspar, semelhante ao visto na quadra anterior - inclusive com a rampa em precário estado.
e aí chega-se ao fim deste trecho, na angelina michelon, q tem o meio-fio afundado, quase no mesmo (des) nível da via asfáltica, por onde centenas e centenas transitam, muita vezes sem se dar conta dos pedestres q querem/precisam atravessar a via, depois de transpor a quase jângal das calçadas imperfeitas da cidade.

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