CANTILENA
domingo
de saudades
domingo
de nova possibilidades
domingo
q tu não liga e não surpreende
domingo
(de) cantilena q reincide
domingo
(de) almoço em família
domingo
e o mundo é uma ilha
domingo
sem futebol
domingo
com sol
domingo
dia de bingo
domingos
como tantos
domingos
entre prantos e cantos
* * *
TELEFONE
o q eu apreciaria,
no momento
se concretizaria
em um “alô!”
* * *
aqui estou
na madrugada
sem eira nem beira
na estrada
das palavras q me conduzem
ao inferno e ao céu.
* * *
falo comigo
e também contigo
quando escrevo.
antevejo
o perigo
mas não (me) previno.
mesmo quando opino,
ainda assim me contenho.
q porra é essa!
saber coisas
e calar a boca!
sei q os q têm
só querem saber dos que têm
não querem saber de ninguém
q não tem
não querem saber de “alguém”.
então, me calo.
e minha poesia
busca outros caminhos
mas invoca os mesmos carinhos.
* * *
IMAGINANDO
minha fala
só se acomoda
na tua sala
* * *
hoje,
escrevi.
mas não vivi
o q descrevi
apenas
o q imaginei
o q ao meu redor
se desenrolou.
* * *
CULPA
DELES
a ideia
do fim
me persegue
desde q descobri
os poetas franceses
e admirei-os.
* * *
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