invisibilidade

corre um papo por aí de q a sociedade moderna tornou o ser humano invisível.
q poucos prestam atenção no Outro, q os seres se movem indiferentes ao choque de braços e à beleza da primavera.
sei não, sei não!
"sei lá, ceilão!"
sempre desconfiei do totalitarismo das opiniões e, hoje, cada vez mais.
afinal, quem garante q eu serei preservado se optar por destoar meu canto da ladainha predominante?
ah, dirá alguém: tu fez de propósito, só pra chamar a atenção!
ah, entendi (talvez): é preciso q eu cante no mesmo compasso do restante do coro para não ser percebido.
ah, entendi...
além das mesmas calças jeans devo barbear-me todos os dias, dormir cedo e "alimentar-me" bem.
devo casar, ter filhos e, no mínimo, passar as férias na praia.
talvez comprar, enfim, um carro, nem q seja um de segunda mão.
ah, tá.
se continuar assim deste jeito, q não tem nada demais em relação ao Outro, jamais serei invisível, todos perceberão q eu existo.
mesmo q eu fique na minha, q atravesse a rua na faixa de segurança, q prefira o silêncio à gritaria, q prefira o encanto ao deslumbramento.
vou dormir.
quem sabe, nos sonhos, entenda melhor o q não consigo entender neste discurso.

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