engano

oh, q país contraditório!
e a poucos dias eu acreditava o contrário.
país tão metido a humilde, a cordial, e, no entanto, cheio de sonhos de majestade.
em cada cidade espalhada em diferentes topografias, reis e rainhas disputam coroas para representar o passado histórico da comunidade.
além disso, como lembrava cecília meirelles, olhe-se a lista telefônica: inúmeras empresas (das menores às mais pretensiosas) se intitulam rei de alguma, rainha de outra.
puxa.
há um sentimento imperialista por tal de tanta despretensão q quase não dá pra acreditar...
da mesma maneira, há q se cuidar ao circular pelas ruas e lugares da cidade.
há sempre alguém de olho, arapongas inconscientes, agentes secretos q nunca ouviram falar de marlowe ou rick, verificando se há alguma falha no comportamento de outrem para não ficar em desvantagem no próximo encontro.

"ah, eu te vi!"
como assim, penso.
"tu estava passando na frente da lancheria do...."
"sim", confesso, comprimido pela descoberta.
"estava indo trabalhar."
"ah, mas tu deu uma paradinha pra tomar uma cervejinha, certo?"
meus deuses!, como encontrar tempo para horas de prazer em um cenário caótico, com compromissos ininterruptos e gente q não tem o q fazer de olho em nossos comportamentos?
dá vontade de correr para casa e esconder-se, monasticamente.
como será q terei q me comportar nos próximos meses?
q enfermidade é essa q tomou conta dos neurônios das pessoas q provocam a necessidade de se preocupar com a vida medíocre dos outros e não com a sua vidinha medíocre?

a cidade parece sentir necessidade de se reciclar, mas anda em círculos e diz q a mudança está próxima, mas q não é preciso mudar muito; afinal, assim ainda está bom.
os aparelhos ideológicos do poder se mantêm estáveis: creio q todos os 'revolucionários' foram absorvidos pelo esquema (papo démodé, eu sei).
então, o círculo (ou no plural, como preferir.).

amanhã será outro dia, assim como os sonhos se renovarão para um novo começo de semana.
espera-se q haja maior tolerância, mais empatia, mais amor, oferecidos em quilo ou grosa ou pacoteiras nas esquinas da cidade.

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