e daí?

saio pela cidade
em busca do enternecimento.
a qualquer momento
a dura realidade.

* * *

deuses cochicam em meus ouvidos.
para muitos, sou mouco;
para tantos,
                não passo de um louco.

* * *

cruzo com mendigos e industriais
encontro operários e artesãos
aos céus lanço minhas mãos
e recolho, satisfeito, meus ais.

* * *

ÃO

as tardes são
cheias de paixão
as noites me dão
a ermidão.

* * *

a mim não interessa a raça
a mim não preocupa a pressa
quero apenas a preguiça
me importo é com a graça

* * *

abro-me para o pensamento
cósmico, abrangente,
depositado em todo ente.

se é o q há, é no q me alento.

* * *

percebo, num segundo,
q toda a insaciedade,
se dá pela variedade
q há no mundo.

* * *

OFÍCIO

muitos desconfiam
mas não dou margem:
as palavras me desafiam.

parece bobagem.

* * *

há dias em q o mundo se aquieta
há dias em q tudo me inquieta
eu penso tantas coisas num instante
eu penso q o universo é bastante
e mesmo q estejamos sozinhos
existem pelo mundo muitos ninhos

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