ié!

ele pensa.
ah, como remoi!
e tudo se adensa.
e sentir doi.

* * *

PAZ

veja:
meu gesto
               se resume
a apenas beber uma cerveja.

* * *

aleatoriedade
rima com unidade
o humano é diverso
e não se contém neste verso

* * *

REGRA

chora
mas disfarça bem.
é homem.

* * *

a lua sorri
acima dos faróis.

aguardo os girassóis.

* * *

PAIXÃO

ao pé do ouvido
desejo dizer
o contido

* * *

OLHARES

só v
sabe o q vê
portanto
também o q vejo
é só um lampejo
do quanto percebo
deste nosso viver

* * *

TARDIA NOÇÃO

p/ m.

o q agora ocorre
: é grande a pressão
e a quantidade de sangue q escorre

* * *

ALEGORIAS

ele escreve
e, assim, prescreve
os dias

* * *

THINK

me explique!
v me liga
e nada diz.

mas deseja q eu seja feliz.

* * *

P/ A.C.

pela primeira vez
                         ouço
: tu é um boêmio criativo.
desconfio
quase não acredito.

em geral,
            sou um desigual
na confortável comodidade social.

se cuide, então,
procure não respaldar.
se cochilar,
mantenha um olho aberto
                um ar esperto.

boêmios são pessoas incertas
              erram nas esquinas
              troçam das disciplinas.

é tudo o q não se espera
: atitude.

* * *

à noite
os prédios em construção
são carrancas pós-modernas
com suas esquadrias vazias
e a certeza da desolação.

ao inibir a natureza
o concreto fortalece o desenvolvimento
                 enrijece a proximidade
e dá espaço - o único - para a impessoalidade.

mas o q fazer?,
questiona o romântico sonhador
q transita pela cidade
em busca da ingenuidade
extinta pela insana sofreguidão
destes anos hiperrealistas.

à noite
os prédios em construção
sugerem futuras convivências ternas
vendidas em supermercados
embaladas conservadas higienizadas
para consumo imediato

: a cidade se desfaz
sem hiatos
               (s) em paz
sem paredes caiadas
sem a noção do q se faz
entre as paredes frias
                                 mal vedadas
dos prédios em construção.

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