O poeta, compositor e professor DILAN CAMARGO, nascido em 31 de dezembro de 1948, é natural do município gaúcho de Itaqui, às margens do rio Uruguai. Parte da infância e da juventude viveu em Uruguaiana, onde fundou, com colegas, o Grupo Gente Nova, para criar e apresentar programas musicais e comentários, além de produzir um jornal impresso – e hoje divide a morada entre Igrejinha, no Vale do Paranhana, e Porto Alegre, onde cursou o Mestrado em Ciência Política na UFRGS. Além de escrever poesia, para crianças, jovens e adultos, e letras para músicas, já incursionou em textos para o teatro – a peça A oitava praga foi premiada no Concurso de Dramaturgia da Prefeitura de São José dos Campos (SP).
O primeiro poema foi publicado na antologia Em Mãos, em 1976. Alguns dos mais de 30 livros publicados, incluindo a participação em coletâneas (como a Antologia do Sul – Poetas contemporâneos do RS, da qual foi organizador e ainda hoje é considerada a mais completa seleção feita no Estado, em 2001), também mereceram o reconhecimento da crítica: O vampiro Argemiro, premiado com o troféu Henrique Bertaso da Câmara Rio-Grandense do Livro em 1993; depois, vieram outros, como o Açorianos de Melhor Livro Infantil por BrinCriar (2009, selecionado para o PNBE/2010), o Troféu PALAVRA VIVA/ 2012 e o Prêmio Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores pela reunião de contos de O man e o brother, para o público juvenil, em 2013 (igualmente selecionado para o PNBE, o de 2014). Em 2015, recebeu novamente o Prêmio Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores, desta vez por A fala de Adão, na categoria Poesia. Em 2013 e 2014 foi indicado para o Prêmio Jabuti, na categoria infantil, pelos livros Com afeto e alfabeto (selecionado para o Catálogo de Bolonha) e Um caramelo amarelo camarada, respectivamente.
Patrono em feiras do livro do interior do Rio Grande do Sul, em 2015 foi o patrono da 61ª Feira do Livro de Porto Alegre, sucedendo o escritor e jornalista rio-pardense Airton Ortiz. Em certa parte de seu discurso, disse: “Diante da crise da nação brasileira, econômica, social, política, moral, este é um tema oportuno e necessário (NR.: “Livros ajudam a pensar”). Precisamos recolocar o nosso país no contexto de uma civilização das idéias e da imaginação. Nunca, como agora, na história do nosso país, precisamos tanto da lucidez e da ética do pensamento. A capacidade de pensar e de imaginar, esta maravilhosa e, às vezes, assustadora faculdade humana, deve ser o caminho para reconstruirmos uma identidade nacional nos marcos da civilização, contra a barbárie da violência e da corrupção.”
Entusiasta da leitura – alfabetizado aos sete anos e estimulado à leitura pela mãe –, percorre o estado em atividades em escolas. “Eu estou fazendo a minha parte. É desafiador, mas eu não desanimo, não”, disse, por ocasião da escolha para o patronato da Feira do Livro de Porto Alegre. Ele também participa de comissões julgadoras de concursos literários como do Prêmio Nacional de Contos Josué Guimarães da Jornada Literária de Passo Fundo e do Instituto Estadual do Livro (2005), do Prêmio Açorianos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do Prêmio Lila Ripoll de Poesia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Participou, também, da comissão do 50º Concurso Anual Literário de Caxias do Sul em 2015, ao lado dos escritores José Clemente Pozenato e Jayme Paviani. Por mais de 10 anos apresentou o programa Autores e Livros pela TV Assembleia Legislativa (no serviço público, foi assessor superior entre 1974 e 2002 e chefe do Gabinete de Assessoramento Superior na Assembleia).
Foi subsecretário da Cultura do Estado (2002-2003) e integrou o Conselho Estadual de Cultura (presidente, vice-presidente e secretário-geral); um dos fundadores e o primeiro presidente da Associação Gaúcha de Escritores (AGES), é membro da Associação Nacional de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil (AEILIJ), e criou e coordenou a Oficina de Poesia do Instituto Fernando Pessoa (em Porto alegre), desenvolvendo atividades de orientação na leitura, interpretação e criação de textos de poesias.
Em 2015, participou da Flipinha (programa educativo da Festa Literária Internacional de Paraty, RJ). Do encontro que teve com crianças da escola pública Parque da Mangueira, enfatiza parte do que teve a oportunidade de vivenciar: “Aqui descobri que as crianças são as mesmas em todo Brasil, e que também as professoras são as mesmas em todo o Brasil. Numa escola, uma só professora que acredita no poder libertador da leitura revoluciona o ambiente e a comunidade escolar.”
Já foi jurado do Prêmio RGE/Governo do Estado de Cinema Gaúcho e participou do júri em vários festivais de música no Rio Grande do Sul, como Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana; Musicanto Sul-Americano de Nativismo, de Santa Rosa; Coxilha Nativista, de Cruz Alta; Seara da Canção, de Carazinho; Vindima, de Flores da Cunha; Tertúlia de Santa Maria, Moenda da Canção, de Santo Antônio da Patrulha; Vigília do Canto Gaúcho, de Cachoeira do Sul; Escaramuça da Canção, de Triunfo; Feitoria, de São Leopoldo; e Sapecada da Canção, de Lages, Santa Catarina.
Como letrista, compôs mais de 80 músicas e ganhou muitos prêmios pela Melhor Letra. Entre as canções, Pra onde ir? e Abrindo Caminhos, com Celso Bastos; Pampa Pietá e Rio das Lágrimas, com Newton Bastos; Milonga da Coragem, com Lenin Nuñes; Despedida, com Dado Jaeger; Fronteiras, com Alejandro Massiotti, Somos nós, com Vinícius Brum; Milonga das Quatro Luas, com Elton Saldanha; Cancha Livre e Dom Destino, com Pedro Guerra; Boi Morto e Terra sem Males com o Grupo Status; e Frágil, com Plínio Salles.
No filme Diário do Novo Mundo, com Daniela Escobar e Edson Celulari, a música Diário, composta por Paulo Nascimento a partir de letra sua, foi gravada por Ney Matogrosso, que recita trechos do poema “Paisagem”.
Hoje, como aprendeu com um professor de português e literatura do Colégio Sant’Anna, da Congregação Marista, procura manter a escrita: “Nenhum dia sem ler, nenhum dia sem escrever”.

(A partir de IEL, 2002; http://www.dilancamargo.com/?pg=1301; http://www.artistasgauchos.com.br/dilan/?pg=1301; http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/10/livro-e-prioridade-na-vida-diz-patrono-da-feira-do-livro-de-porto-alegre.htmlhttp://www.dilancamargo.com/?nid=7502&wd=&dt=0&od=0&titulo=DISCURSO%20DO%20PATRONO%20-%20%2061%AA%20Feira%20do%20Livro%20de%20Porto%20Alegre; http://dicionariompb.com.br/dilan-camargo/biografia; bhttp://dicionariompb.com.br/dilan-camargo/dados-artisticos; http://dicionariompb.com.br/dilan-camargo/obra)

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