ARCHIE GOODWIN
existe, e não só na figura do assistente do detetive Nero Wolf. Archie Goodwin
nasceu em 8 de setembro de 1937 e foi escritor, editor e ilustrador de uma
série de tiras e revistas de quadrinhos estadunidenses até morrer,
inesperadamente, em 1º de março de 1998, vitimado por um câncer.
Como personagem dos
romances policiais de Rex Stout, Goodwin é a “extensão do pensamento de Nero
Wolf”. De acordo com a descrição dos editores da Companhia das Letras (que
publicou uma série de romances de Stout), Goodwin é um jovem impetuoso e às
vezes agressivo, mas que facilita a vida de investigador de Wolfe. O Goodwin da
vida real é geralmente citado como “o mais amado editor dos quadrinhos” e
transferiu sua impetuosidade e inteligência para dar vida às histórias de
Batman, Vampirella, ao Agente Secreto X-9, Homem de Ferro e ao Quarteto
Fantástico, entre outros personagens.
Goodwin começou a
desenvolver seu talento na Escola de Artes Visuais de Nova York, como
ilustrador e desenhista de cartuns para algumas revistas. Era redator e assistente
de arte freelancer de Leonard Starr
(1925-2015) – que começou na produção de séries como O Príncipe Submarino e Tocha
Humana, e Mary Perkins On Stage.
Os primeiros trabalhos foram nas revistas Redbook
e Fishing World – mas, daí, teve que
prestar o serviço militar...
Foi como roteirista e
editor que ele ganhou destaque no cenário as HQs. Entre 1962 e 1967, enquanto
esteve na Harvey Comics, ele se tornou o principal redator da editora, primeiro
da revista Creepy, da Warren
Publishing, influenciado pelos quadrinhos da EC Comics que costumava procurar
em sebos de Tulsa, que ele considerava sua cidade-natal durante sua
adolescência. Em seguida, depois se assinar como coeditor ao lado de Russ Jones
(1942), tornou-se editor deste e de outros títulos da editora, como Eerie e Blazing Combat – que tinham como ilustradores Joe Orlando
(1927-1998), Al Williamson (1931-2010), Gray Morrow (1934-2001) e Neal Adams
(1941).
Em 1966 ou 1967,
ainda antes de se desligar a Warren, ou depois, ele e Williamson cuidaram, para
o King Features Syndicate, do personagem de Dashiel Hammet e Alex Raymond, o Agente Secreto X-9. No mesmo período,
roteirizou a série Capitains Kate,
com ilustração de Skelly (o casal Jerry e Hale, que publicou no Brasil sob o
título Capitão Carmen, e em forma de
revista). Mesmo depois de se afastar da Warren, ainda contribuiu ocasionalmente
com a editora, inclusive em um curto período como editor, em 1974.
Entre 1973 e 1974, chegou
a substituir Julius Schwartz como editor da Detective
Comics, da DC. Voltaria à editora em 1989, como editor e escritor. É dele a
graphic novel Batman: Night Cries (Batman: Gritos na Noite), ilustrada por
Scott Hampton e publicada em 1992; é dele também a premiada série Manhunter (Caçador Paul Kirk), com Walt Simonson (1946).
Goodwin iniciou seu
período na Marvel como editor e escritor de vários títulos em 1976, mas apenas
interinamente, no lugar de Gerry Conway. Além de escrever para o Quarteto Fantástico e o Homem de Ferro, como editor-chefe
garantiu os direitos de publicação da adaptação de Star Wars para as HQs. Ele também adaptou o filme original e
continuou a história até O Retorno de
Jedi, nos quadrinhos e em tiras diárias – nestas, usou os pseudônimos de
R.S. Helm e Russ Helm. Também fez adaptações para os filmes Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977),
Alien (1979) e Blade Runner (1982).
Foi ele quem começou
as Graphic Novels, com Simonson e Jim Starlin, que criou Dreadstar, ao mesmo tempo em que começou a trabalhar na Epic, para
produzir a Epic Ilustrated. É dele,
ainda, a primeira tradução (para o inglês) da série Akira, de Katshuiro Otomo (1954) – número 1, dezembro de 1990, pela
Globo – e pelas primeiras publicações de Jean Giraud (1938), também conhecido
como Moebius, nos Estados Unidos.
Goodwin morreu em 1998, vitimado pelo câncer.
Em sua memória, foi realizado um tributo na revista Comic Book Profiles. Ao longo da vida, outras premiações garantiram
o reconhecimento pelo trabalho do autor: o Shazam como escritor dramático (1973
e 1974) e por histórias de Manhunter,
em parceria com Walt Simonson; o Prêmio Eisner em 1992 (indicado em 1993) e, em
1998, entrou para o Eisner Hall of Fame. Entre outras homenagens, a DC Comics homenageou Goodwin dando o seu nome ao Aeroporto
Internacional de Gotham City, conforme o mapa de Gotham publicado ao final da
saga Terra de Ninguém.
(A partir de
GOIDA, 1990, e alguns sites)
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