O primeiro livro de um dos patronáveis da Feira do Livro de Porto Alegre foi publicado em 1988 pela Editora Tchê, e hoje encontra-se esgotado. Neste sábado, dia 14, CELSO GUTFREIND autografou sua mais recente obra, A porta do chapéu – Crônicas em Paris, em que reuniu textos escritos entre 1996 e 2001, período em que o psicanalista, professor e escritor residiu na capital francesa para realizar o pós-doutorado em Psiquiatria da Infância, na Universidade Paris 6 – Université Pierre et Marie Curie.
Nascido em 15 de setembro de 1963, em Porto Alegre, depois da estreia literária com A gema e o amarelo, seguiram-se mais de 30 livros, de poemas, poemas em quadrinhos (Dito & Visto, com Piti, 1994), contos, crônicas, literatura infantil e textos na área da psicanálise, como A arte de tratar – Por uma psicanálise estética (2018), em que analisa ensaísticamente 11 artigos publicados por Sigmund Freud (1856-1939), nos quais o psiquiatra vienense versa sobre a estética.
Em entrevista publicada em 2015, na ocasião da edição de A infância através do espelho, ressaltou que a infância está no centro de sua carreira – muitos dos seus pacientes são crianças e os livros de ficção são infantis, exceto os de poesia e uma parte daqueles voltados para a área profissional, embora, nestes, a relação entre literatura, infância e psicanálise predomine. No livro citado, faz referência à Alice, a do País das Maravilhas, para poetizar e narrar o que vivemos. “Na minha vida, como na vida de qualquer um, o que há de mais essencial está nas relações interpessoais, tanto no trabalho quanto na vida afetiva. Tudo isso é muito subjetivo, intersubjetivo e a fantasia assume uma parte importante”, disse.
Sobre literatura infantil, entende que não há assunto a ser evitado com uma criança, “especialmente se ela se interessa por ele, o que é mais freqüente do que gostaríamos. Crianças costumam se interessar por todos os assuntos da vida, o que inclui a dor, o sexo, a morte”, escreveu para o site clicrbs em junho de 2017.
Sobre escrever, explicou, didaticamente: “Não tem método ou há tantos quantos forem as histórias. Cada uma cria um novo método. Uma nasce com uma sensação, outra com uma ideia, outra com uma memória, ou uma palavra. Vem a frase, outra frase, a situação, vai ganhando corpo. É uma fase livre, totalmente sem método, criando, criando, perdendo tempo, sem saber no que vai dar. Depois, muito suor para revisar, refazer”, conforme consta no site da Editora Projeto.
O autor já foi traduzido para o inglês, o francês e o espanhol. A primeira premiação veio com a crônica Juventude Furtada, em 1982. De lá para cá, foram vários prêmios e outras tantas indicações; em 1994, recebeu o prêmio Açorianos pelo livro de poemas Arte de Rua, que também mereceu o Prêmio Henrique Bertaso, e, em 2002 e 2007, os livros Fera Domada (finalista do Açorianos, na categoria infantil) e A almofada que não dava tchau, respectivamente, foram escolhidos como Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores. A primeira palavra foi selecionado para integrar o acervo do PNBE (Plano Nacional de Bibliotecas Escolares), do Ministério da Educação, em 2005, e o poema “Quintana Visitado”, para integrar o projeto Poemas no Ônibus, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em 2006.
Atualmente, é membro da Associação da Waimh Francophone e membro correspondente da L'autre Revue Transculturelle; sócio da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, escritor colaborador da Câmara Rio Grandense do Livro e integrante do Projeto Autor Presente, do Instituto Estadual do Livro (IEL), criado por Lígia Averbuck quando esteve à frente do instituto, pela primeira vez, em 1972

(A partir de AUTOR PRESENTE: 30 ANOS, 2002;

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