Patrono da Academia Caxiense de Letras (ACL,
cadeira nº 6), BENTO DE LAVRA PINTO,
nasceu em 7 de setembro de 1843, em Porto Alegre, como tantos outros que se destacaram em Caxias mas que vieram de diferentes lugares. Bento era o mais
velho de cinco irmãos, que também se dedicaram à escrita, seja literária ou
jornalística – Arthur (1883-1950), Alfredo (1887-1939), Carlos (1851-1896), que
adotou o pseudônimo Cyriaco, e Cyro (1900-1980)
Funcionário público de carreira, integrou a
Tesouraria da Fazenda (em Porto Alegre), foi inspetor da Alfândega
(Uruguaiana), almoxarife do Hospital de Sangue (Itagui) e, como militar,
capitão durante a Guerra do Paraguai, Veio para a Serra como chefe da Comissão
de Terras e chefe da Comissão Liquidadora da Dívida Colonial na Colônia Caxias.
Aqui, organizou o primeiro grupo de
intelectuais do núcleo – que se reunia periodicamente para os seus desafios
poéticos, no prédio n.o 858, à rua Marechal Floriano, de propriedade
de Nicolau Luiz Amoretti, prédio onde havia um albergue, e onde esteva
instalada a primeira agência do Correio de Caxias (ADAMI, 1960, p. 9), em
frente à Livraria do Maneco –, do qual também fez parte o escritor José
Bernardino dos Santos (1848-1892).
Colaborou com diversos jornais feitos na
cidade, entre eles a Gazeta Colonial
(1905-1909), de Herculano Montenegro, A
Folha (1906-1907), A Verdade (1907-1908)
e O Orientador (1909-1910); destes três
participou da fundação com José de Vargas e também foi diretor.
Inspetor escolar, professor, filólogo e
contista, escreveu Feudalismo, Sonho medieval (1906), Sombras errantes e Ao luar dos desenganos (1911). Depois de sua morte foi publicado o
volume de poesias Ensaios (1943), e
consta que permanece inédito o livro Cartas
de amor.
Quando a ACL foi fundada, em 1º de julho de
1962, tendo Cyro como o primeiro presidente, estava presente a filha, Ana Gomes
(1940-), sobrinha de Bento, também escritora, autora de Crônicas e Pensamentos e Artes
e Artistas (HOFFMANN; MASCIA, 1991).
Morreu em Caxias do Sul, em 15 de fevereiro
de 1911. É nome de rua do bairro Madureira e foi ele quem instituiu a primeira escola pública municipal caxiense de língua portuguesa, em 1913, subvencionada pelo governo do Estado (ADAMI, 1960). (A partir de ADAMI, 1960, HENRICHS,
org., 1988; HOFFMANN, MASCIA, 1991).
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