à noite

à noite, penso no dia.
penso nos dias em q vivi e nos q projeto q 'inda me restam.
perdi as contas dos q passaram e não tenho a mínima ideia do saldo q tenho.
por vezes, me sinto pequeno, outras vezes me agiganto.
quando me apequeno, tenho insônia; se durmo, sonho terríveis cenas.
ações q não fiz, atitudes q não tomei.
o gato de pelúcia, q chama-se Angústia, caminha sobre o peito sob as cobertas.
pela manhã, a cama está desconfigurada.
e o primeiro olhar pelo quarto é um olhar desamparado, órfão de boas lembranças.
o dia começa intragável, impalpável; um dia branco vem por aí.
o q resta?
dou liberdade ao Angústia ou abro a porta para q ele viralateie por aí?
geralmente ele sai porta afora e eu me reconforto com as musas introjetadas em minhas veias, corpo esquálido q se alimenta de uma poesia q não se estabelece em palavras, só no plasma universal.
dentro desse dia, outros dias se acumulam, brancos ou coloridos, com situações concretizadas ou mal e mal esboçadas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog