sexta sem sesta

acordes mentais detonam o pedal da guitarra de scandurra e nasi ecoa entre meus neurônios:
"eu morreria por você / na guerra ou na paz / eu morreria por você / sem saber como sou capaz, como sou capaz..."
assim caminho, como sempre caminhou a humanidade.
por corredores vazios e por ruas abarrotadas de sonhos e intenções, desejos e frustrações.
gostaria de um dia ao teu lado do q mil anos sem sentido, mas as escolhas têm seu preço.
então, faço uma imersão na rede neural da sociedade e atalho minha sobriedade com palavras q não devem fazer muito sentido para quem está do outro lado.
a ideia é q alguém descubra uma pérola no lodo e perceba q aqui dentro também bate um coração...
aguardo em uma sala deserta por amantes da poesia.
esta "emoção congelada", como diz trevisan, q ainda não despertou da criogenia cultural, digo eu.
mesmo q o poeta sirva a língua, ele parece não servir - como diz o parceiro leminski: poesia é inutensílio.
não serve para nada!
a não ser para dar sentido à vida e às almas daqueles q estão defasados ante as maravilhas do mundo moderno, quem sabe, high-tech fawcetiano q não é referência para as gerações q abilholam-se diante de recursos cibernéticos sem valorizar, ao menos, o calor do corpo de uma mulher, o afago no enrolar-se sob as cobertas em uma noite dessas, despretensiosamente como o pardal q cisca entre os paralelepípedos atrás de uma migalha de um pão qualquer.
"a mulher é o ideal da natureza humana", escreve, por sua vez, bachelard, e é sempre difícil falar delas pois elas são seres complexos q nos minimizam em sua bondade (em q ocultam uma certa maldade sedutora...).
procurar enxergar uma centelha de vida em um pequeno favor prestado a alguém: isso é poesia.
mais não tenho a dizer no momento.
o sol se pôs, ninguém quis saber de poesia.
e os acordes de scandurra se sobrepõem ao arrebol universitário.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog