Paulo Mendes Campos
(Belo
Horizonte, MG, 28.fev.1922 –
Rio
de Janeiro, RJ, 1º.jul.1991)
Despede Teu Pudor
Despede
teu pudor com a camisa
E
deixa alada louca sem memória
Uma
nudez nascida para a glória
Sofrer
de meu olhar que te heroíza
Tudo
teu corpo tem, não te humaniza
Uma
cegueira fácil de vitória
E
como a perfeição não tem história
São
leves teus enredos como a brisa
Constante
vagaroso combinado
Um
anjo em ti se opõe à luta e luto
E
tombo como um sol abandonado
Enquanto
amor se esvai a paz se eleva
Teus
pés roçando nos meus pés escuto
O respirar da noite que te leva.
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