Poeta, compositora, cantora e violoncelista, DENISE EMMER nasceu em 18 de junho de 1958. Inicialmente, ela ficou conhecida por compor temas musicais para novelas, como Bravo!* e Pai Herói – a venda do compacto simples com a canção “Alouette”, em 1980, garantiu-lhe o Disco de Ouro. Em 1975, aos 15 anos, a primeira publicação de poemas, Geração Estrela, apresentada pelo poeta e editor Moacyr Félix (1926-2005); seus próximos cinco livros preencheram a década de 1980 e chamaram a atenção do tradutor e crítico Ivan Junqueira (1934-2014), que assinou o prefácio de O Inventor de Enigmas (1989), e reconheceu em Denise “um dos maiores poetas de sua geração”1 – em Ponto Zero (1987), o prefácio havia sido de Antonio Houaiss (1915-1999), que já a saudava a plenitude de Denise, e o posfácio, de Olga Savary (1933-), que chamava a atenção para a pureza e a humanidade da poesia da autora carioca, formada em física e pós-graduada em filosofia. Em 1987 recebeu o prêmio Guararapes e, em 1988, o de Autor Jovem, ambos da União Brasileira de Escritores (UBE), fechando a década.
Durante os anos 90, paralelo à publicação de três novos livros de poemas, ela conquistou outros prêmios, inclusive pelo romance O Insólito Festim (de 1994, com prefácio de Raquel de Queirós) e pelo conjunto de obra (o José Marti/UNESCO, também em 1994) Em Teatro dos Elementos & Outros Poemas, publicado em 1993, a romancista Rachel de Queirós (1910-2003) quem afirmou ser Denise capaz de fazer “mágica”: “Ela pega das palavras seus elementos poéticos e faz deles um uso extremamente pessoal, inventa, recria, suscita imagens absurdamente inesperadas...”
Nos anos 2000, publicou a Poesia Reunida (2002) e Memórias da Montanha (2006), conquistou os prêmios Yeda Schmatz (2004) e o José Picanço Siqueira (2007), ambos da UBE, foi homenageada na 2ª Festa Literária de Divinópolis (MG) em 2015, quando autografou o livro Poema Cenário e Outros Silêncios, que, de acordo com ela, é mais do que uma antologia e, sim, uma reunião dos poemas que mais gosta. Entre eles, “Lampadário”, poema-título do livro editado em 2008, que lhe concedeu o Prêmio Cecília Meirelles de Poesia, da União Brasileira de Escritores, em 2008, e o Prêmio ABL de Poesia em 2009.

Paralelamente, Denise estudou piano clássico e graduou-se em violoncelo pelo Conservatório Brasileiro de Música. As composições para telenovelas (a ligação é forte: ela é filha de Janete Clair e Dias Gomes), a produção de trilhas sonoras, a gravação de LPs e CDs, a música autoral (“Cavaleiro do Rio Seco” é uma homenagem ao compositor Elomar) e a participação, como violoncelista da Orquestra Rio Camerata e do Quarteto de Cordas Legatto, como instrumentista em seus próprios discos ou como cantora no grupo Trovarte (1994), só enriquecem a biografia de uma poeta que recebe a inspiração em formas de “imagens que surgem como um quadro em movimento e música”2.
Por ocasião do livro Poema Cenário e Outros Silêncios, o poeta, editor e ensaísta Alexei Bueno, afirmou que o livro consagra Denise Emmer como uma das grandes vozes lírico-elegíacas da poesia contemporânea brasileira. "Sem, no entanto, limitar-se a isso. Por essa índole, por essa procura de uma visão totalizante do real, se filia a uma sólida ascendência que reúne nomes como os de Dante Milano, Abgar Renault, Cecília Meireles ou Ivan Junqueira, entre outros, formadores de uma espécie de rio subterrâneo que flui incólume, entre a civilização do espetáculo e a épica ignorância nacional"3. (* “O amor contra o tempo” e “Montanhês”. (A partir de EMMER, 1987; HOUAISS in EMMER, 1987; JUNQUEIRA1, 1993; SAVARY in EMMER, 1987; http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2015/08/denise-emmer-recebe-homenagem-e-lanca-livro-de-poesias-na-flid-em-mg.html2,3; https://pt.wikipedia.org/wiki/Denise_Emmer; http://dicionariompb.com.br/denise-emmer)


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