Sem o canto do galo

Contam que em Flores da Cunha
Um mágico que se impunha
Ao fraque e à farsa
Quis fazer, com ares de graça
O número do galo e sua cabeça
Ambos em separação.

Porém, na apresentação
Qual o quê! Prometeu que o galo cantaria
À revelia da degola.

Quem te viu, quem te vê
Que outros galos esconde
Debaixo da mesa.

E assim botaram a correr
O mágico da vez
Que tentou cantar de galo
(e a lenda se fez).




De André Ricardo Aguiar, em O misterioso sul  Lendas em poemas, com Helô Bacichette, Nil Kremer e Dinarte Albuquerque Filho, com ilustrações de Gio e Doug (Caxias do Sul, RS: Elos do Conto  Edição e Arte, 2018)


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