Dora Marianna Ribeiro Ferreira da Silva
(Conchas, SP, 1º.jul.1918 – São Paulo, SP, 6.abr.2006)


Órfica

Não me destruas, Poema,
enquanto ergo
a estrutura do teu corpo
e as lápides do mundo morto.

Não me lapidem, pedras,
se entro na tumba do passado
ou na palavra-larva.

Não caias sobre mim, que te ergo
ferindo cordas duras,
pedindo o não-pedido
do que se foi. E tento conformar-te
à forma do buscado.

Não me tentes, Palavra,
além do serás
num horizonte de Vésperas.

 

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