Dono de uma poesia fria e intelectualizada, marcada pelo preciosismo formal. Esta é a definição recorrente de ALBERTO DE OLIVEIRA, líder do movimento parnasiano no Brasil (ombro a ombro com Raimundo Correia e Olavo Bilac), que, alheio às lutas pela Abolição e pela República, pôs-se a descrever vasos gregos e chineses. Porém, atesta Bosi, “a teoria do ‘poeta impassível’ era uma chochice que só a mediocridade da reflexão estética de todo esse período seria capaz de engendrar” (2000, p. 220). É forte a presença da natureza carioca e dos encantos da mulher brasileira em sua poesia. Nascido em 28 de abril de 1857, Antônio Mariano Alberto de Oliveira, o “artífice dos versos”, chegou a cursar Medicina (colega de Bilac), porém formou-se em Farmácia, e, durante anos, exerceu cargos públicos voltados à educação. “O príncipe dos poetas” (sucessor de Bilac, no concurso realizado pela revista Fon-Fon, em 1924), fez sua estreia com o livro Canções Românticas (1878), com poesias ainda ligadas ao cânone romântico. Foi Machado de Assis (1839-1908), no papel de crítico literário da Revista Brasileira (1879), quem percebeu o surgimento de uma “nova geração” na poesia brasileira; que também havia sido anunciada pelo próprio Oliveira: “formas literárias desconhecidas e desconhecidos gêneros” surgiam diante de uma nova realidade social (in JUNQUEIRA, 1993, p. 173).
Em Meridionais (1884, foto), ele irá se confirmar como o ponto alto do parnasianismo mais ortodoxo: o objetivismo, o culto da forma, o olhar sobre a natureza (com identificação animista, significativo como tema), a linguagem castiça e a versificação rica – que irão se confirmar nos livros posteriores: Sonetos e Poemas (1885), Versos e Rimas (1895) e nas séries de Poesias (entre 1900 e 1928). O poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867), que o inspirou, “falava em ‘moral das coisas’”, no sentido de objetividade – e é nesta perspectiva que se enquadra o arquiparnasiano Oliveira, “da expressão romântica do ego para a invenção formalizante do objeto poético” (BOSI, 2000, p. 223). Reconhecido cultor do soneto em língua portuguesa, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição para a qual doou sua biblioteca, uma das “mais escolhidas e valiosas de clássicos brasileiros e portugueses”*. Morreu em 1937, em Niterói (RJ), e em 1944 foi publicada a obra Póstuma, (A partir de BOSI, 2000; CANDIDO, 1997; CEREJA E MAGALHÃES, 2000; JUNQUEIRA, 1993, www.academia.org.br/academicos/alberto-de-oliveira/biografia*)

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