A publicitária e jornalista Márcia Bastian Falkenbach, conhecida no circuito literário como MAYA FALKS, ganhadora de mais de 20 prêmios literários, nasceu em 29 de julho de 1982 e publicou Poemas para ler no front (2019), Versos e outras insanidades (2017), os romances Histórias de minha morte (2017) e Depois de tudo (2015). O livro-reportagem sobre o poeta Gonçalves Dias, resultado da conclusão do curso de jornalismo, está em fase de revisão histórica, a cargo do professor Alex Costa Ramos – sem previsão para o lançamento, diz a autora, que pretende ampliar a pesquisa. Enquanto isso, ela prepara um novo romance e dedica-se à revisão de um novo livro de contos (bate-papo virtual em 28.7.2019).
A primeira versão de Poemas circulou na internet até o final de 2018. Depois, os posts foram reunidos e publicados por uma editora paulista. “Há quem diga que é meu melhor livro”, comenta. Embora goste muito de falar sobre amor, não hesita em abordar militâncias em seus contos, crônicas e poesias. Hoje, a leitura de seus textos é “avassaladora”, “exige silêncio, recolhimento e uma capacidade de rever as próprias ações na vida”.1 E a fonte parece inesgotável. “Comecei com literatura há 33 anos, então meus processos de escrita mudaram muito a ponto de eu não reconhecer mais minha produção como um processo, algo ordenado e organizado. Sou muito visceral no meu trabalho, as histórias se escolhem e invadem a minha vida até que eu me doe a elas”, disse, em entrevista publicada no ano passado2.
Lembra que desde sua infância esteve envolvida com a literatura (“Comecei aos três anos, ditando as histórias pra minha mãe”3). Seu primeiro contato com os livros foi com Batalhão das Letras, do poeta alegretense Mario Quintana, no qual aproveitava as páginas em branco para “rabiscar” suas próprias historietas. Aos sete, já escrevera o primeiro romance e, aos 11, o segundo. Como é comum entre os adolescentes, arriscou-se na poesia, depois nos contos, enquanto planejava uma carreira internacional até os 15 anos; no começo da vida adulta, reconhece, teve “uma arrogância de quem achava que ganharia o Nobel de Literatura”.4 Bem humorada, admite: “Bom, nada aconteceu” – isto se não considerarmos que aprendeu algo a respeito e precisa compartilhar: “Não se iluda, vida de artista é muito mais difícil do que parece, e você vai sofrer muito”.5
Ao criar seus personagens, afirma que “todos têm vida própria, todos estão além de mim e são muito maiores do que eu”6. Sua narrativa costuma ser “sombria, focando nas tragédias cotidianas da desilusão, depressão e suicídio”. Estes dois são temas comuns porque, “em muitas vezes, são justamente a consequência do preconceito e da discriminação”, disse, em entrevista ao blog http://www.alanatamira.com. Além disso, também faz uso da temática da nostalgia e das reflexões metafóricas, mas não só como denúncia, mas “como um importante aliado das revoluções, das mudanças sociais”.7
Procura manter hábitos que contribuam para a criatividade. Entre eles, estão a leitura, a música e os filmes. “Mas os aspectos que considero mais importantes pra minha produção é me manter sensível ao mundo ao meu redor e dialogar com pessoas de diferentes realidades – gosto de escrever sobre aquilo que desconheço”, afirmou8Apreciadora do poeta Gonçalves Dias, o do TCC, e da romancista Letícia Wierzschowski, em seu entender ainda tem muito a mostrar. “Apesar dos meus 30 anos de dedicação à literatura, estou certa de que o melhor ainda está por vir.”


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog