O poeta RUBENS RODRIGUES TORRES FILHO é paulista de Botucatu, nascido em 6 de maio de 1942, com mais de 50 anos de atividade poética. Foi professor de História da Filosofia Moderna e Filosofia Alemã Clássica (USP) entre 1965 e 1994, e traduziu uma série de textos filosóficos, de Novalis, Walter Benjamin, Nietzsche, Theodore Adorno, Schelling e Johann G. Fitche (objeto de estudo para o doutorado, concluído em 1972, virou livro em 1975, O espírito e a letras: a crítica da imaginação pura em Fitche); alguns dos autores traduzidos fazem parte da coleção Os Pensadores, da Abril Cultural. Sobre o ato de traduzir, ele disse em entrevista: “Tradução é uma atividade que exige exatidão, pois caso contrário o pensamento se perde" (O Estado de S. Paulo, 12 de novembro de 1994). É dele o livro Ensaios de filosofia ilustrada (Brasiliense, 1987), com ensaios sobre Kant, o iluminismo francês e os principais autores do período pós-kantiano1, além de diversos artigos publicados em revistas e antologias da área. Em 1963 publicou o primeiro livro de poemas, Investigação do Olhar (Massao Ohno). Dois anos depois recebeu o Prêmio Governo do Estado por Marcas de Água (1965) e, mais adiante, o Prêmio Jabuti, pelo livro O voo circunflexo (1981) – “Uma poesia requintada, clara, nada
coloquial: poesia de poeta e de filósofo, de leitor exigente dos seus e dos alheios textos”, escreveu Walnice Nogueira Galvão (revista Leia Livros, da Brasiliense, que circulou entre 1977 e 1990); sobre o mesmo livro, disse a professora Sônia Régis: “A elaboração poética de Rubens Rodrigues Torres Filho libera um bem-humorada ludicidade verbal, recolhendo os sinais mais vulneráveis da cultura para deles utilizar-se como arcabouço de algumas formas transgressoras.” Benedito Nunes (1929-2011) diz que existe uma ironia da linguagem que “já constitui fruto da sutil impregnação filosófica a que está sujeita a obra de Rubens” (in TORRES FILHO, 1989), no que concorda o poeta e jornalista Donizete Galvão2. Com a palavra, o poeta José Paulo Paes (1926-1998): “a produção de Torres Filho ostenta o que se poderia chamar uma face oculta em cujas sombras se embosca uma subjetividade esquiva” (1999, p. 115). É o que também se pode observar em seu depoimento durante o ciclo Artes e Ofícios da Poesia (MASP, 1990), “O poeta e o aprendiz”, transposto para o livro organizado por Augusto Massi (no mesmo ano, com o mesmo título), em que o poeta reflete: “[...] deixo ao leitor benévolo a piedosa incumbência de decidir ser há ‘alguma poesia’ nos documentos apresentados” (1991, p. 288). Participou, nos anos 70, da criação da revista Almanaque: cadernos de literatura e ensaio, e dirigiu a coleção Biblioteca Pólen (Editora Iluminuras), iniciada em 1986. (A partir de MASSI, 1991; NUNES in TORRES FILHO, 1989; PAES, 1999; TORRES FILHO, 1989, 1993, 1997; www.art-bonobo.com/rrtf/01.htm1;  enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2458/rubens-rodrigues-torres-filho; dicionariodetradutores.ufsc.br/pt/RubensRodriguesTorresFilho.htm; http://www.memorial.org.br/rubens-rodrigues-torres-filho/2)

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