Nascido no Rio de Janeiro em 23 de maio de 1960, JORGE BARBOSA FILHO publicou o primeiro
livro de poemas Poesia ou Crime Quase
Perfeito, aos 18 anos. Em 1985, publica Mais, e, em 1990, Mequetrefes. Depois,
vieram Buquês de Alfafas (2005), Ópera 44, independente, com o artista plástico
Paulo Pisano (2006) e Transcendência Zero
(2019).
Formado em Licenciatura/Português, lecionou em colégios
de Curitiba e Região Metropolitana, além de ministrar palestras e oficinas de
criação e sensibilização poética para as secretarias de Educação e Cultura,
Biblioteca Pública do Paraná, escolas particulares e no SESC-PR, na capital e
no interior.
Trabalhou como produtor na Rádio Educativa do Paraná
entre 1997 e 1999 e escreveu na revista Ideias,
na coluna literária “Diversos” (2007-2008).
Na Parnaíba (Piauí), onde mora, realiza oficinas de
criação e sensibilização poética, oficina para professores de Educação e
promove recitais performáticos.
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OMOFOBIA
OMO
ludens
OMO
sapiens
OMO
fabers
OMO
eretus
OMO
habilis
OMO
sexualis
dá o
branco
que
sua família merece
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MEU ANJO DA
GUARDA ME PEGOU CAGANDO
para Vanderlei
Weschenfelder, a escultura
meu flato fanho assobia
uma melodia gasosa
com suas flores amorfas.
e em sua epifania
(nem de ontem ou agora),
a gula viva de outrora
anuncia minha intestina
agonia infinita.
véspera de hecatombes
onde, entre os homens,
borbulho o que sinto
e invejoso me vingo
de seus horizontes.
o ar de suas alegrias, definho
sem jeito, como ou aonde,
solto mil bois divinos.
infesto a eternidade
com odor duvidoso
de tênue bondade,
mas cobiço as beldades
e os tesouros dos outros.
quando pensam que doo
a lei da gravidade,
flutuo, explodo,
espalho meus vícios
por todos os poros
e se a alma expio,
relaxo com reforços.
se existe o difícil
(é disto que eu gosto),
desloco o impossível
por isto me borro.
a comédia divina
percorre minhas vísceras
em onírica soberba.
como reza a bíblia,
sem eira e nem beira,
da cósmica poeira chega
e fina o que se destina,
a merda em suas bigas
no cu do mundo,
na casa do orvalho,
o jardim das delícias, fundo
e afundo no ato falho,
alhos com bugalhos.
meu desejo
alhos com bugalhos.
meu desejo confundo
ao todo confuso,
lúbrico no sanitário
esqueço onde estava
e pelo espaço errando,
caíram minhas máscaras
no vaso urrando
só, na ira, não podia nada,
isto foi quando
meu anjo da guarda
me pegou cagando.
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