Nascido em 4 de junho
de 1968, em Uruguaiana (RS), o poeta MARCO
DE MENEZES publicou os livros As horas dragas (1999), Pés de Aragem (2007), Fim das coisas velhas (2009)
– vencedor do Prêmio Açorianos de
Literatura nas categorias Poesia e Livro do Ano em 2010 –, Ode Paranoide (2010), Pequena
madrugada antes da meia-noite (2016) e Como se constrói uma melancolia de domingo, plaquete de 2018,
reunida em envelope pardo dividido com Natalia Borges Polesso (Pé Atrás) e André Ricardo Aguiar (Curriculum Vitae).
Letrista, teve
participação nos álbuns Arrebaldeação,
de Vinícius Todeschini (2003), Percussive
(2007) e Tamburilando Canções (2011),
de Felipe Azevedo; compôs, também, em parceria com Camila Cornutti e Léo
Ferrarini, para o curta-metragem O vazio
além da janela (2007) de Bruno Polidoro.
Em 1997, Marco ganhou
o 1º lugar no Concurso Anual Literário de Caxias do Sul (com As horas dragas); no mesmo ano e no
seguinte, participou do Projeto Poemas no Ônibus, promovido pela Secretaria
Municipal de Cultura de Porto Alegre. Em 2000 esteve presente na coletânea Matrícula 2, organizada por Eduardo
Dall’Alba (1963-2013). Em 2011, foi patrono da 27ª Feira do Livro de Caxias do
Sul.
* * * * *
POÉTICA
eu quis abraçar
dentro de mim todo o mundo conhecido
ou seja: as quatro
esquinas da encruzilhada
ou seja: a casa do
tio a casa das putas a casa dos ricos e uma
casa silenciosa onde
não tinha nada
* * * * *
INVERNO
caxias neve
uruguaiana never
(de As horas dragas,
1999)
* * * * *
15.
nas paradas
os papéis colados
conversam sozinhos
sobre destino e luxúria.
no domingo é sobre isso
somente que se fala
na sala ou no espaço.
(de Como se
constrói uma melancolia de domingo, 2018)
* * * * *
NA SUBIDA DA BARÉA
hoje há fuligem nos plátanos
há sombra sobre os sobrados
as cinzas do Pinatubo
se espalham pela cidade
hoje há neve nas cortinas
há luares duplicados
olhares para sempre antigos
repetindo-se nos lares
hoje a névoa desce lenta
e a rua imita um rio
sob a dura claridade
hoje há restos de vento
enfiando-se nas frestas
dos abraços congelados
(de Pés de Aragem, 2007).
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