ARTHUR DE LAVRA PINTO nasceu em Caxias do Sul em 20 de setembro de 1883, um dos oito filhos da família de Bento e Ursulina. Foi colaborador assíduo do jornal Tribuna Colonial e diretor (gerente) dos jornais Cidade de Caxias (1911-1916) e Cittá di Caxias (1913-1923), de Caxias. O livro Opacidades, segundo consta no Dicionário biobibliográfico dos escritores da Região de Colonização Italiana (EST, 2006), reúne poemas publicados, inicialmente, no jornal Cidade de Caxias – mas, infelizmente, não há exemplares ao acesso do público. É patrono da cadeira nº 10 da Academia Caxiense de Letras (ACL) e participou, como secretário, da fundação do Grêmio Literário Caxiense em 1906 – ao lado de Barros Cobra (pseudônimo de José Michel Barros Cobra), Alcides Müller (patrono da cadeira nº 13, da ACL, autor de Em Surdina, Núpcias e Sons e Tons) e do irmão Alfredo de Lavra Pinto (1887-1939, professor e escritor, autor de contos, crônicas e poesias), O pai, Bento (1841-1911), é patrono da cadeira nº 6 da ACL, autor de Ao luar dos desenganos, e o irmão Cyro (1900-1980), foi um dos fundadores da ACL, autor de Átomos Poéticos e Dardos e Petardos, que tinha a filha, Ana Gomes (1940-), autora de Crônicas e Pensamentos e Artes e Artistas, como membro fundadora.

Arthur (ou Artur) foi Fiscal de Arrecadação do Imposto de Exportação, em 1912, e exerceu outras funções públicas. De fiscal, tornou-se ajudante da Secretaria e acumulou funções de arquivista e escriturário do Conselho Municipal; em 2014, passou a inspetor das escolas municipais. Integrou o Partido Libertador (PL), fundado em 1928 pelo diplomata e político brasileiro, Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938) e extinto pelo Decreto nº 37 (2.12.1937); refundado em 1945, foi definitivamente extinto em 27 de outubro de 1965 pelo Ato Institucional nº 2.

Na área militar, foi nomeado pelo presidente da República, marechal Hermes da Fonseca (1855-1923), tenente-secretário do 255º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Caxias. Em 1917, o presidente do Estado Antonio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961), nomeou Arthur de Lavra Pinto para o ofício vitalício de Escrivão do Cível e Crime da cidade de Caxias. Na Revolução de 1930, foi promovido para a Reserva de Linha em Comissão (Reservista do Batalhão de Caçadores), na Legião Coronel Galdino Esteves; fez parte da Junta Governativa do Movimento Revolucionário, que levou Getúlio Vargas (1882-1954) à presidência do Brasil.

Foi, ainda, orador do Recreio Aliança (jornal O Brazil, de 24 de abril de 1911), presidente da Associação Caxiense de Amadores de Desportos, pela qual prestou serviços após ter deixado o cargo, tendo, por isso, recebido voto de louvor da Federação Riograndense de Desportos. O jornal O Momento, de 22 de julho de 1949, na matéria “O Esporte Clube Juventude completou 36 anos de existência”, registra sua atuação como um dos 35 fundadores do clube, fundado em 29 de junho de 1913, ao lado de Antônio Chiaradia Neto (o primeiro presidente), Zulmir Fabbris, Osvaldo Artico (1895-1976) Ferdinando Jaconi (nascido na Itália, em 1885, o primeiro presidente do Recreio da Juventude), Dante Marcucci (1889-1956) e Willy Victor Sanvitto (1932-2010), entre outros. Sua intensa atividade na área da cultura e da imprensa fez dele um dos intelectuais caxienses de grande destaque no início do século XX. Faleceu em 11 de agosto de 1950.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog