O poeta SILVIANO
SANTIAGO nasceu no dia 29 de setembro de 1936, em Formiga (MG). Conhecido
ensaísta, foi também crítico, romancista e contista. Frequentou, em Belo
Horizonte, o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), e contribuiu para a Revista do Cinema, veiculo para o qual
idealiza a revista Complemento. Seus
primeiros poemas são publicados no livro 4
Poetas, com Affonso Romano de Sant’Anna, Domingos Muchon e Teresinha Alves
Pereira, em 1934. Em 1970 viria Salto,
Crescendo durante a guerra numa província
ultramarina é de 1978, e, em 1995, Cheiro
Forte.
No Rio de
Janeiro, para onde muda-se no mesmo ano, obtém uma bolsa de estudos para fazer
o doutorado na Universidade de Sorbonne. Durante as décadas de 1960 e 1970, foi
professor visitante em diversos países; em 1969 publicou, em Nova York, a
antologia Brasil – Prosa e poesia. De
volta ao Rio de Janeiro, foi nomeado professor-associado da Pontifícia
Universidade Católica (PUC-RJ) e depois tornou-se pesquisador da Universidade Federal
Fluminense (UFF).
Traduziu Poemas, de Jacques Prévert, e Por que amo Barthes, de Alain
Robbe-Grillet. Foi membro da comissão julgadora do Prêmio Literário Nacional em
1989; recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em
2013, pelo conjunto da obra, o Prêmio Oceanos 2015 de melhor obra do ano pelo
romance Mil rosas roubadas, e o
Prêmio Ezequiel Martinez Estrada, da Casa de Las Americas, em 2020.
* * *
NADA
é o que deixa de ser.
Nunca
o que jamais houve.
Onde houve o homem,
há o nada.
* *
*
UM
VALOR MAIS ALTO SE ALEVANTA
O Príncipe Submarino
emerge das águas e perscruta
o horizonte:
Um torpedo alemão avança
contra Wall Street
em silhueta no fundo.
Agarra o torpedo à unha,
desvia sua rota.
No fundo do quadrinho
seguinte
explode um submarino.
* *
*
HOMEM
& MULHER BALA
Quem disse que os objetos
São a extensão do corpo
Disse mentira.
A verdade é que o objeto,
Depois de inventado,
Domina por si,
E o corpo humano
Apenas é uma metáfora do
objeto
– ridícula metáfora.
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