O poeta ESCOBAR
NOGUEIRA nasceu no dia 1º de novembro de 1971, em Fortaleza dos Valos (RS).
Publicou em 2020, Rapaz com cicatriz;
antes dele, entre outros vieram Borges
vai ao cinema com Maria Kodama (2015), Curta-Metragem
(2006), Arame Farpado (1999), O casulo da solidão (1990) e Gotas de Amor (1989), em edição do
autor.
Meu
primeiro milagre, de 1994, recebeu o Prêmio Instituto
Internacional de Poesia e o autor teve duas indicações para o Prêmio Açorianos
de Literatura, com Pejuçara (2009) e Milongol (2003)
É, também, professor de literatura em cursos de pré-vestibular, hoje em Santa Maria.
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BUGRINHA
Para Lisiane
É em ti que penso,
quando leio o romance
do Érico Veríssimo.
Tu és Ana Terra
e eu sou um mestiço
que, num dia de vento,
na tua aldeia apeou ferido.
É em ti que penso, bugrinha,
quando em meu poema
pincelo o entardecer,
pois é em tua pele
que o dia e a noite
travam combate.
É em ti que penso, bugrinha,
quando a caminho da
fronteira
passo por Santiago do
Boqueirão.
É em ti, musa missioneira,
que o poeta pensa décor
para compor o refrão.
É em ti que penso,
quando penso,
bugrinha.
É em ti
que penso
em mim.
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AUTOMEDICAÇÃO
O poeta é um doutor
sabe tanto do doente
que parece dele a dor
que é deveras do paciente
E os que leem a receita
na frase escrita não veem
não sabem que a torta letra
de uma mão torta vem
Assim o caso piora
vira enfermo o que era são
a cura um mal se torna
o poema prescrição
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