PAULA TAITELBAUM nasceu em Porto Alegre, no dia 23 de
novembro de 1969. É publicitária, produtora cultural, atriz, escritora e
jornalista. Publicou o primeiro livro de poesias em 1998, Eu versos eu. Depois, Sem
vergonha (1999), Mundo da lua (2002) e Porno
pop pocket (2006). Ménage
à trois, de 2008, reúne seus três primeiros livros.
Em setembro
de 2013, lançou seu primeiro livro infantil Palavra vai, palavra vem no qual além de
ser responsável pelos textos, também ilustrou a obra com colagens. Escreveu,
também, Bicho Lógico (2020) e Ora bola (2019).
Participou de
antologias de contos, entre elas Mais de
30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005),
organizada por Luiz Rufatto – o conto “Xadrez” foi escolhido para a coletânea alemã
Wenn der Hahn kräht – Zwölf hellwache
Geschichten aus Brasilien (2013), só com escritos de de mulheres brasileiras.
Integra, também, a Coletânea de poesia
gaúcha contemporânea (2013), organizada por Dilan Camargo.
Com Eduardo
Bueno, entre outros, Avenida Rio Branco:
um século em movimento. Paula escreveu para a Revista Claudia, Claudia Bebê
e Estilo Zaffari, entre outras. Foi
professora de redação publicitária e ministra oficinas literárias
Em 2009, começou
a trabalhar como coordenadora do Núcleo de Comunicação da Editora L&PM.
* * *
O mundo é um palco
Imundo de pacto
Que inunda de opaco
O fundo do intacto.
O mundo é um trato
Abunda de feto
Corcunda sem tato:
Na bunda te infecto.
O mundo é uma fala
Remando se esfola
Remenda o que falta
Tremendo ela esmola.
O mundo é um
retrato
(E
esse é só o primeiro ato).
* *
*
Ela pega a bolsa, ajeita a
blusa e vai
Vai correndo pela rua feito
um trem
Sem olhar para nada nem
ninguém
Sem freio vai enfrentando o
atrito do ar
Vai sem conseguir nem ao
menos respirar
Ela só pensa em alcançar
aqueles braços
Percorrer com a língua todos
os seus traços
Vai correndo porque quer
penetrar em outra pele
Falecer num gozo que a
revele
* *
*
Corro pela rua como chuva na
sarjeta
Ei, você aí, sabe que horas
são?
Marquei encontro com uma
roleta
Mas perdi o relógio junto com
a razão.
A russa me espera numa sala
enfumaçada
Onde homens acariciam suas
míseras rodelas
Ela disse que minha sorte
estava lançada
Sem saber que apostei num
cavalo sem sela.
Aqui o silêncio é comido em
rasos pratos
Acompanhado de olhares fixos
sobre a mesa
Se eu pudesse mudaria a ordem
dos fatos
E deixaria você para a
sobremesa.
Blefei e agora
terei que pagar
Perdoe-me
se perdi até meu lugar.
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