PAULO CÉSAR FRANCISCO
PINHEIRO nasceu no Rio
de Janeiro em 28 de abril de 1949. Compositor, letrista e poeta, é parceiro de
Lenine (“Leão do Norte”), Edu Lobo, Ivan Lins, D. Ivone Lara, Joyce, Baden
Powell, Pixinguinha, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Francis Hime e Maurício
Tapajós (com quem compôs a clássica “Tô Voltando”, que virou “hino dos
exilados” e ficou popular na voz de Simone), entre muitos outros.
Seus
poemas foram publicados em Canto
Brasileiro (1973), Poemas Escolhidos
(1983), Viola Morena (1984), Atabaques, violas e bambus (2000) e Clave de Sal – Poemas do Mar (2003).
Publicou, ainda, Poemúsica (2008) e os
romances Portal do Pilar (2009) e Matinta, o Bruxo (2010), e, ainda, Histórias das Minhas Canções (2010), o segundo
volume da série que resgata a história da música popular brasileira.Pinheiro
é autor de mais de 2000 composições, iniciada ainda na adolescência, com cerca
de mil músicas gravadas.
Profissionalmente, iniciou a carreira com a gravação de “Lapinha”, parceria com Baden Powell e interpretada por Elis Regina, vencedora da I Bienal do Samba da TV Record (SP), em 1968. Também venceu o I Festival da OTI 1972 (Madri, Espanha), com a canção “Diálogo”, igualmente composta com Baden. Participou de festivais de música na década de 1960 e do surgimento da bossa nova, da evolução das escolas de samba e da censura na cena musical brasileira.
Profissionalmente, iniciou a carreira com a gravação de “Lapinha”, parceria com Baden Powell e interpretada por Elis Regina, vencedora da I Bienal do Samba da TV Record (SP), em 1968. Também venceu o I Festival da OTI 1972 (Madri, Espanha), com a canção “Diálogo”, igualmente composta com Baden. Participou de festivais de música na década de 1960 e do surgimento da bossa nova, da evolução das escolas de samba e da censura na cena musical brasileira.
Em 2002 foi premiado, com Dori Caymmi, com um
Grammy Latino na categoria de Melhor Canção Brasileira e, no ano seguinte, com o
Prêmio Shell pelo CD O lamento do samba.
* * * * *
CANTO
BRASILEIRO
Meu coração é o violão de Espanha.
Meu sangue quente é o banjo americano.
A minha voz é o cello da Alemanha.
Meu sentimento é o bandolim cigano.
Minha mágoa é o som francês do acordeon
Meu crânio é a gaita de fole escocesa.
Meus nervos são como o bandoneon.
Minha calma é igual guitarra portuguesa.
Meu olho envolve como flauta indiana.
Minha loucura é como harpa romana.
Meu grito, é o corne inglês, de desespero.
Maldito ou bíblico, demônio ou santo,
* * * * *
OFÍCIO
A música me ama
Ela me deixa fazê-la
A música é uma estrela
Deitada na minha cama
Ela me chega sem jeito
Quase sem eu perceber
Quando dou conta e vou ver
Ela já entrou no meu peito
No que ela entra a alma sai
Fica o meu corpo sem vida
Volta depois comovida
E eu nunca soube onde vai
Meu olho dana a brilhar
Meu dedo corre o papel
E a voz repete o cordel
Que se derrama do olhar
Quanto termino meu canto
Depois de o bem repetir
Sinto-lhe aos poucos partir
Quebrando enfim todo o encanto
Fico algum tempo perdido
Até me recuperar
Quase sem acreditar
Se tudo teve sentido
A música parte e eu desperto
Pro mundo cruel que aí está
Com medo de ela não voltar
Mas ela está sempre por perto
Nada que existe é mais forte
E eu quero aprender-lhe a medida
De como compõe minha vida
Que é para compor minha morte
* * * * *
O
mar tem muito mistério,
A
vida muito segredo.
O
mar às vezes assusta,
A
vida às vezes dá medo.
A
gente é só marinheiro,
A
vida é como oceano.
No
mar tem barco-fantasma,
Na
vida tem desengano.
O
mar é pura aventura,
A
vida é a grande viagem.
Por
isso o mar tem quimera
E
tem a vida miragem.
O
mar é estrada comprida,
A
vida é um barco no mar.
O
mar vai dar em que vida?
E a
vida onde é que vai dar?
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