DUMINIENSE PARANHOS ANTUNES nasceu em 6 de julho de 1909, em Rio Pardo (RS). No início da década de 1940, veio para Caxias do Sul, onde exerceu atividades administrativas e onde, também, revelou-se poeta, novelista, contista e historiador. Como poeta, publicou um único livro, Sombras que ficam, em 1946; Duminiense ficou conhecido, mesmo, como historiador e jornalista.
É dele o Documentário
Histórico de Caxias do Sul: 1875-1950 (publicado em 1950, ano da 6ª Festa
da Uva, que teve como rainha a bento-gonçalvense Terezinha Morganti) e Caxias a Metrópole da Serra,
álbum-documentário comemorativo do 75º aniversário da colonização italiana, em
1958.
No artigo “A vida social, cultural e
literária do município – Caxias do Sul, em fáce da evolução mental das novas
gerações”, Duminiense elogia o poeta Olmiro de Azevedo, que vivia, lado a lado
com outros representantes culturais, “um mundo intelectual bastante
desenvolvido, não só composto de caxienses, como de elementos de outras terras”
– como o próprio Duminiense (1950).
Publicou artigos, crônicas e poemas nos
jornais O Momento, A Época, Diário do Nordeste e Pioneiro,
de Caxias do Sul; A Folha, de
Cachoeira do Sul; e Diário de Notícias,
de Porto Alegre. Membro honorário da Academia Caxiense de Letras (ACL), o
escritor também integrou a Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI).
Seus outros livros são As vítimas do vício (crônicas, 1933) e Rio Pardo: “Cidade Monumento” (1946) – e permanecem inéditos os
volumes de crônicas Remissão e Ideias Inusitadas, de contos regionais Rumo à Querência e a novela Fugindo da Felicidade.
* * *
Receio...
Sosinhos
estavamos...
O teu
olhar no meu olhar de Faúno;
as minhas
mãos nas tuas mãos de Fada.
Sentiamos
o hàlito quente do desejo...
E no
recanto daquela sala amiga
trocamos,em
silêncio, um doce beijo!...
Depois...
Só
eu sinto, sò tu sentes, sò nòs dois
sentimos
o medo
de alguem
ter visto o beijo
que
me destes em segredo.
(Doce
beijo – frúto do amôr...)
Como
é bom amar ás ocultas!
Estavamos
a sós, sosinhos os dois;
mas que
importa, flôr,
se
nos tivesse visto alguem,
si
só eu sei e só tu sabes,
o
gosto que ele tem...
* * *
Sombras...
Sombras
que passam,
sombras
que chegam,
sombras
que ficam...
No desalinho do tempo
tudo é sombra!
Um poema
que nasce,
uma
ilusão que parte,
uma saudade
que chega!
...
ouço passos na escuridão
do
meu caminho;
São
os espétros dos sonhos meus,
que
em cortejo vão seguindo
esse
rasto de saudade...
Sombras...
daquilo que passou
e que
não volta mais...
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