Nascido em 23 de
julho de 1970, em Caxias do Sul, LEANDRO
ANGONESE ocupa a cadeira nº 38, da Academia Caxiense de Letras (ACL),
instituição que já presidiu. Com ativa participação poética nas redes sociais, seu livro mais recente é Ella, de 2018,
ilustrado por Lucas Hoffman.
Antes dele, vieram Inquietudes (2017), Amores e Revolução (2015), Delirius
Tremens (2015), Engrenagens de Sangue
(2014), O Homem Só (2014), Orações de um ateu (2010), Pá de Cata-vento (2008) e Palavras ao Vento (2005), além de uma
série de poemas publicados em antologias, locais e nacionais.
Integrou
o Conselho Municipal de Cultura e, no biênio 2014-2015, foi presidente da Academia
Caxiense de Letras (ACL); também compõe o Grupo de Estudos Literários Litteris
Te Deum. Por sua profunda dedicação à poesia, Angonese já recebeu prêmios,
locais e estaduais. Entre eles, o 1º lugar no 44º Concurso Anual Literário de
Caxias do Sul (2010) e no I Concurso Nacional Literário da Academia Caxiense de
Letras de Caxias do Sul (2003), além de ter sido premiado com o primeiro lugar
em Crônicas no IV Gramado em 2004 e obtido o 3º lugar no II Concurso Literário
Oscar Bertholdo, de Farroupilha, naquele mesmo ano.
Em
2017, recebeu voto de louvor na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul pela
publicação de Inquietudes (o gesto já
havia ocorrido em 2010 e 2015, naquelas vezes pelo trabalho literário
desenvolvido na cidade); em 2016 foi homenageado pela Secretaria Municipal de
Cultura de Caxias do Sul na cerimônia que marcou os 50 anos do concurso
literário do município. Em 2011 foi eleito acadêmico do ano pela atuação em
nome da Academia Caxiense de Letras.
*
* *
Hoje
Passei pela feira
Perambulei por bancas
Que transbordavam
conhecimento
Deuses e poetas profanos
Repousavam nas prateleiras
Revi amigos
Entre tantos livros
Que falam de amor
Faltou aquele
Que estou escrevendo pra ti.
*
* *
No inverno que queima
Ou no verão que atormenta
Sou sempre o mesmo
Uma ilha cercada de águas
profundas
Uma vida cercada de dúvidas
*
* *
As horas
Estacionaram na parede
A sombra dorme o tempo
insolente
Sonhos indecentes
Prazeres que não têm hora
*
* *
Poeta
Te odeio por agires assim
Promíscuo contigo mesmo
Trocaste o amor de Cristo
Pelos prazeres mundanos
Pelo sexo, fumo e álcool sem
freios
Morres de tudo, menos de
amor
Teu quintal padece em trevas
Teu olhar é escuridão
Por isso tateias a vida
O corpo das donzelas
Poeta
Quero que saibas
Que não suporto mais
Melhor que morras
Retorne à podridão de onde
veio
E em silêncio
Aguarde o juízo final.
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