ANDRÉ
SIQUEIRA nasceu no dia 10 de outubro de 1989, em Jacareí (SP).
Até As manhãs fechadas, de 2020,
havia publicado seus poemas em antologias (como Parem as máquinas), revistas, jornais e sites de literatura. De
forma independente, editou As manhãs...
e Quase Ontem.
Escreveu para as revistas Mallarmagens, Arara, Ruído e Manifesto, entre outras. Hoje colabora com a Pixé.
Começou o curso de Letras, mas atualmente cursa
Pedagogia, além de participar de eventos literários e oficinas de poesia.
* *
*
DE
SÚBITO, ATACADA
Ele usava a internet.
Tamborilava o instante
e eu viscosa de roldão
ressuscitava pechas
esvaecidas quando
desenhava escaravelhos no
copo descartável puro
rosa pulando muros de
flauta onde merencórios
encantamentos
dessedentavam. Um vão entre
nós. Verdi. Réquiem
com gelo por favor. Um
rio de ternuras
transversais salgando a
esfinge de atonia.
Prafrentex ele dizia ou
balbuciava – fones
no ouvido
decido. Meia levemente desabrocha
furo primário no dedão.
Vigia intimista.
Bandas da hora, seu bárbaro
anseio
e curiosidade! De
pensar nas luvas, no
fetichismo dos
cartões-postais afagados na
marinha – mania que
percebi sutil – unida
ao marco embebido de
fulgores… Ai
que à tarde granizos
testam-nos.
Estralinhos divinos são
demais mais troca
de memes então.
Logo depois da leitura,
disseste: isso não foi
poesia. Fora não a que
prometi. Marca aí. Vou ao
Google. Muxoxo.
No fundo afobado a aflição
de poder
ser a derradeira palavra…
Esqueci-me das chaves há um
bom tempo,
agora que tocou no
assunto.
* * *
QUARENTENA
Os objetos conhecem
os quartos, partes, cômodos,
extensões de remansos
que abrigam toda a gente
íntima do silêncio
isolado na espera
de cada ser fechado.
Testemunhas ocultas
mesmo que emudecidas,
hospedeiros de gente
no vírus desse mundo.
Sem luva sinto, pálido:
os objetos na casa
prosseguem retesados
e infectados de gente.
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