O escritor ZULMIRO LINO LERMEN nasceu em Caxias do Sul, a 12 de outubro de
1917. É autor dos livros de poemas Iracemara
(poesias regionais e misticismo, 1959) e Poema
Gaúcho (ou Os Gaúchos, do qual
faz parte o Canto V, “Cristóvão de Mendoza”, 1971), mas ficou conhecido pelo
polêmico A Missa Negra (romance,
1948).
Também publicou Tabu (conto indígena; 1942 e 1943); Filhos de Caá (contos indígenas, 1943); Maratá (conto indígena regionalista, 1944), A múmia brasileira (romance indígena, 1946), Português técnico (1947), O
Campo dos Bugres (conto indígena regionalista, 1950), Samuara (conto indígena regionalista, 1956), A fonte azul sem fim (reflexões, 1981), A canção da indiazinha e o Dicionário
Toponímico Tupi-Guarani-Português, ambos em 1996, entre outros.
O livro A
Missa Negra é a história sobre a possessão demoníaca de uma jovem na Região
Colonial Italiana. A publicação revoltou o clero da Igreja Católica que o
censurou. De acordo com os pesquisadores Letícia
Lima e Roberto Rossi Menegotto (2018), o ato da Igreja foi contra “um cidadão
declaradamente católico, que mantinha uma rede de relações sociais bastante
sólida dentro da comunidade caxiense, por atuar como psiquiatra e professor”. No
entender da professora e pesquisadora Loraine Slomp Giron, “o livro foi
queimado em praça pública” (falamemoria.blogspot.com, 2015).
Alguns anos
depois, o escritor Cyro de Lavra Pinto publicou artigo no jornal O Momento (19.5.1951, n. 944, p. 2).
Segundo ele, Lermen teria dito “que não iria escrever mais”. O autor do artigo
não comenta nada sobre as razões para a decisão ou sobre o impacto da recepção
da obra.
Zulmiro foi professor catedrático de inglês
no Colégio Estadual Duque de Caxias (exerceu a atividade durante 35 anos),
sociólogo, antropólogo, historiador e poeta. O escritor, que é patrono da
cadeira nº 14 da Academia Caxiense de Letras (ACL), faleceu em 10 de outubro de 1997. A cidade, finalizou
Lavra Pinto, “esta bela e florescente Caxias, que foi o berço do grande poeta
Raul Augusto de Vileroy; Caxias que viu morrer José Bernardino dos Santos
[...], Caxias, estou certo, orgulha se de ter sido o berço do autor de ‘A Missa
Negra’”.
Comentários
Postar um comentário