NEI
DUCLÓS nasceu em 29 de outubro de 1948 em Uruguaiana (RS). É
poeta-escritor e jornalista, com livros de poesia, contos, crônicas, romance e
ensaios, e textos publicados na imprensa brasileira, sites, blogs e redes
sociais. Tem poemas e contos traduzidos para o italiano para a revista virtual Sagarana e poemas traduzidos para a
revista Rattapallax, de Nova York
(EUA).
O primeiro livro de poemas é Outubro (1975) – em que reuniu poemas
mimeografados que distribuía pelas ruas de Porto Alegre desde 1969; o segundo
livro, No meio da rua, foi
apresentado por Mario Quintana; o terceiro, No
mar, veremos, por Mario Chamie, e, na sequência, Partimos de Manhã (2012).
Publicou os romances Universo Baldio (2004) e Tudo
o que pisa deixa rastro (2015); a coletânea de contos e crônicas O refúgio do príncipe – histórias sopradas
pelo vento (2006, com ilustrações de Fábio Abreu); e, em 2014, o livro de
ensaios Todo filme é sobre cinema (2014).
No gênero literatura infanto-juvenil, publicou Diogo e Diana – Meu vizinho
tem um rottweiler (2007) e A trilha
da lua cheia (2011), ambos com Tabajara Ruas.
No formato e-book estão disponíveis Beijo entre nuvens (crônicas, 2012), Arraso – Poemas de Amor (poemas escritos
entre 2011 e 2012), Jack o Marujo (2012,
escrito no Twitter, @neiduclos), Outubro
(2012, edição fac-similar), Pampabismo/enigminas:
conversos (2013, poemas), Cálida
Palavra (2013, poemas), Trovador
(2014, poemas), Verso Esparso (2014,
poemas), Mágico Deserto – contos fora de
forma (2014), Semeador (2015,
poemas) e Palavra na Pedra (2017).
Como jornalista (formado pela UFRGS), desde 1970,
escreveu para diversos jornais, como a Zero
Hora (RS), Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo (SP), A Tribuna (Vitória, ES), O Estado (Florianópolis) e Jornal de Santa Catarina (de Blumenau),
bem como para as revistas Veja e Escrita, entre outros.
Doutor em História (USP), mora em
Florianópolis (SC), onde trabalha como escritor contratado para projetos
especiais, como Laguna, obra e paisagem,
livro editado em 2012 pela Editora Expressão.
* * *
VERANICO
maio
se despede com o tempo em brasa
último
aceno do verão, tardia praia
prenúncio
do frio temido pela alma
(exílio
juvenil de sombrias memórias)
nuvens
rondam gargalhando sombras
o
sol é mormaço feito de pó
maio
amortece as marcas do coração
pálida
trégua de uma perdida guerra
* * *
ABRAÇO
Quero
te dar um abraço modesto
do
tamanho do mundo
pequeno
em relação ao universo
enorme
para nossos passos
Quero
te dar um abraço profundo
que
surpreenda as almas
apesar
da idade
e
que a gente morra quando se aperte
* * *
NO MEIO DA RUA
A
casa do passageiro
é o
meio da rua
por
isso esse ar de loucura
por
isso esse andar
de
banda. essa voz
que
inflama. esse olhar
de
lua
por
isso essa dor que
não
recua
A
cama do passageiro
é o
amor de campanha:
armar
o dia
manter
o fogo
cobrir
a fuga
por
isso esse chamado
quando
passa adiante
essa
vontade
que
alguém lhe acompanhe
O
medo do passageiro
é
sentir-se um estranho
por
isso sorri
enquanto
morre de fome
(ele
nasceu, teve um sonho
mas
o caminho, longo demais
lhe
rouba o sangue)
No
meio da rua
o
coração do passageiro
bate
o o bumbo
Comentários
Postar um comentário