Nascido em 2 de outubro de 1930, o poeta SÉRGIO LEZAMA não tem seus poemas
reunidos em livro, além de uma participação na coletânea Poetas do Vale, publicada em 1976 e organizada por Ely Costa
Marciniak. Natural de Cachoeira do Sul (RS), Lezama faleceu em 14 de novembro
de 1966, aos 36 anos.
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Anseio de fugir ao imediato
de partir antes de
representar o extremo ato
da tragicomédia de existir!
Vontade de virar a cidade de
pernas para o ar,
e percorrendo bares e cafés
de uma vez,
o pálio da revolta
desfraldar na cara do burguês.
Vontade de ser outro, bem
diverso deste louco
que faz versos, mas é
incapaz de triunfar na vida.
Desse louco, que ainda há
pouco, pensando em mares,
fugas, ilhas, viu-se
chorando como um calouro
diante de um velho álbum de
família.
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Onde findam todos os limites
alucinado princípio.
Sou como um rio
a que barco nenhum resiste.
Onde a noite funde-se com a
alvorada
ali faço meu horizonte
e ocaso. Sou como a fonte
que a si mesma se bebe
insaciada!
Onde Deus começa eu termino
e vice-versa como um rei
que é também bobo da corte.
Em mim coexistem o velho e o
menino
por isso nada sei e tudo sei
aquém da vida e além da
morte.
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