Aquiles
Porto-Alegre
(Rio Grande, RS, 29.mar.1848 – Porto Alegre, 21.mar.1926)
O
canário
Em
um chalet pequeno e rendilhado,
tive
um canário, há muito, prisioneiro;
era um
pássaro alegre e endiabrado,
que
não o dava a peso de dinheiro.
Quando
as asas abria no poleiro,
soltava
logo o mágico trinado;
e
assim passava sempre o dia inteiro,
como
se fosse um doido enamorado.
Uma
vez, de manhã, o passarinho
espreita
para a rua... Com carinho
dois
pombos se beijavam no telhado.
Contra
a gaiola investe, como um louco!
Geme,
agoniza e morre pouco a pouco,
com o peito ferido e ensanguentado!...
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