Tasso Azevedo da Silveira

(Curitiba, PR, 11.mar.1895 – Rio de Janeiro, RJ, 3.dez.1968)


Na noite transfigurada


Na noite transfigurada só ficaram os cedros e os ciprestes.

A lua surgiu, mas como, na lembrança, um rosto antigo explende palidamente e depois se apagou.

O vento veio, mas como um pássaro branco de grandes asas fatigadas: esvoaçou, lento entre as frondes,

pousou no chão e adormeceu.

Os outros seres perderam-se no caminho dos milênios.

Ficaram apenas os cedros e os ciprestes e, na altura, as estrelas.

E para além dos ciprestes e cedros há só deserto e esquecimento.

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