Fernando A. Stratico
(Londrina, PR, 31.mar)
O beijo
sei que faz muito bem
comer um poema toda manhã
caverna-boca aberta a boca é uma caverna
e vale repeti-la e abrir assim caverna
a fim de engolir o vento
este que passa louco disfarçado.
O vento tem cara de Reginaldo
tem uma cara também de alicinha
alimenta
e enche de vazio o que já está vazio
e o vazio se torna mais vazio ainda.
Boca minha boca dentro tem um lago
de águas supercristalinas, sonhos fósseis
almas de estalactites
isso tudo ninguém vê
a boca esconde e fecha
e só por meio deste arroto explícito
faz-se perceber das maravilhas
a boca cheia
a boca alheia quanto boca uma caverna tem!
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