Diana Pilatti

(Foz do Iguaçu, PR, 21.mar)

 

peregrina

 

enquanto a fuligem me sufoca

gargalham as hienas

farfalhando entre as cinzas

rolando sobre a escória do dia-sim

 

o cale-se rasga a noite clara

prelúdio de morte

 

a escuridão adensa

encharcando as ruas de silêncio

na esquina

o ódio

ruminando páginas de um livro santo

a boca cheia de desprezo

cospe sangue e o nome de uma mulher desaparecida

sigo igualmente sépia

anônima

com medo

acendo um poema e sigo

procurando vaga-lumes pelo caminho

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