José de Anchieta

(Tenerife, Espanha, 19.mar.1534 – Cidade de Anchieta, ES, 9.jun.1597)


Poema à Virgem Maria

 

Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?

Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?

Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,

Que a morte tão cruel do Filho chora tanto?

 

[...]

 

Ó doce chaga, que repara os corações feridos,

Abrindo larga estrada para o Coração de Cristo.

Prova do novo amor que nos conduz a união!

Porto do mar que protege o barco de afundar!

 

Em Ti todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:

Tu, Senhor, és medicina presente a todo mal!

Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:

A dor da tristeza coloca um fardo no coração!

 

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,

Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!

Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,

Jorrando água para a vida eterna!

 

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,

Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.

Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,

Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!


Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,

Este será meu repouso, a minha casa preferida.

No sangue jorrado redimi meus delitos,

E purifique com água a sujeira espiritual!


Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,

Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.

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