Bené Fonteles

(Bragança, PA, 21.mar)

 

sentados

o monge e a montanha

tecem silêncios

nada fazendo vestem a primavera que vem

ela passa...

eles a despem

alguma grama cresce por si

eles observam

as raízes e o inverno crescem

entre seus dedos

vãos

outro verão e outro outono

e nem abertos

ou sigilosos

sentados

o monge e a montanha

num sorrir silencioso

 

                                               para Bashô

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