Guilherme Gontijo Flores

(Brasília, DF, 18.mar)


não basta o rio     murmúrio

adocicado das águas

rumo certeiro transparência

do olho d’água

desaguar suave sua torrente

não adianta fonte pura

ou perpétuo devir dos rios

como se fosse foz

seu único destino

 

não basta o rio –

cruzar a vida como esquina

sem banzeiro que revire a via estreita

nem

sorrir pra cantilena ilusória do mar –

 

carece macaréu em barro & areia

arrancando as árvores revendo

o próprio rumo            estrondo só

sal revoluto

o corpo inteiro em pororoca

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