Antônio
Sales
(Paracuru, CE, 13.jun.1868 – Fortaleza, CE, 14.nov.1940)
Terra de Sol
O áureo malho do sol bate na incude
Da rocha estriada de malacachetas,
E mil faíscas, nesse embate rude,
Se desprendem das rútilas facetas.
Sem uma sombra amiga que as escude
Contra a soalheira, que abre o chão em gretas,
Buscam sedentas o longínquo açude
Vacas ossudas de engelhadas tetas,
É de ouro fulvo a grama ressequida;
A estrada poenta, em sinal de viga
Para os sertões intérminos se alonga...
E na mudez da abóbada infinita
Ouvi: parece que é a luz que grita
No tinido estridente da araponga.
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