Delfina
Benigna da Cunha
(São José do Norte, RS, 17.jun.1791 – Rio de Janeiro, RJ, 13.abr.1857)
Soneto
Em versos não cadentes, oh! leitores,
Vereis os males meus, vereis meus danos:
Da Primavera a gala e os verdores
Nem foram para os meus primeiros anos.
Mesmo na infância experimentei rigores
De meus fados cruéis sempre inumanos,
Que só me destinaram dissabores
Mil males revolvendo em seus Arcanos.
Sem auxílio da luz, que Apólo envia,
Versos dignos de vos tecer não posso;
Desculpai minha ousada fantasia.
Com estes cantos meus, mortais, adoço
A mágoa que meu estro só resfria:
Se mérito lhe dais, é todo vosso.
Comentários
Postar um comentário